[Contém spoilers]
Temporada: 2
Número de Episódios: 10
Love, Victor voltou com uma 2.ª temporada mais amadurecida do que a anterior. E, diga-se, muito necessária também. Depois de uma temporada a tentar perceber a sua sexualidade e a tomar a decisão de contar à sua família, agora vemos Victor a lidar com o que advém da sua confissão e, adicionalmente, vemos como ele se torna cada vez mais confiante e aberto em relação a ser gay. Acompanhamos ainda a reação dos seus colegas de escola e dos seus amigos. Foi, portanto, mais uma fase ultrapassada pelo nosso protagonista e parece que no final tudo acaba bem a nível da aceitação do mesmo.
Considerei todo o processo muito relevante, pois embora não tenha sido chocante, também não foi um mar de rosas e permitiu introduzir questões e reflexões muito relevantes como, por exemplo, o papel que a religião pode ter em ostracizar ou motivar pessoas da comunidade LGBTQ+. Adicionalmente, o facto de tocarem na interseccionalidade, ao compararem como os pais de Benji o aceitam comparativamente à mãe de Victor, foi bastante interessante e permitiu perspetivar tudo sem tirar culpa à personagem, mas sem a demonizar totalmente, assim como às reações de Victor.
Quanto ao pai de Victor, acabei por achar que andou meio perdido na temporada. O facto de ir ao grupo e ter conseguido abrir-se emocionalmente foi bom para o seu desenvolvimento, mas todo o início e fim daquele relacionamento extra foram só estranhos.
Toda a história de Felix e da sua mãe foi extremamente importante e achei que ambos, Anthony Turpel e Betsy Brandt, foram atores fantásticos. A nível amoroso, embora eu sentisse algo entre ele e Pilar, também senti que Lake não foi assim tão má namorada para Felix. Algo que ficou por desenvolver foram os problemas que Lake tem com o seu corpo, provocados pela sua mãe. Seria bom voltarmos ao tópico na próxima temporada e, claro, ao seu possível próximo romance com Lucy.
Mia também andou bem perdida amorosamente e a nível familiar nesta temporada. De todas as personagens julgo que foi a que teve o desfecho mais previsível, quer ficando com Andrew, quer indo ter com a sua mãe.
No final temos a culminação amorosa entre os pais de Victor, entre Felix e Pilar e relativamente às relações e indecisões de Victor. Uma primeira relação enquanto adolescente não é fácil e quando se conhece alguém que parece compreender-nos totalmente, mais difícil fica. Não que ache que um faz mais sentido do que o outro, mas como Felix escolheu Pilar, acho que Victor vai escolher Benji novamente. Teremos de aguardar para ver.
Melhor episódio:
Episódio 4 – The Sex Cabin – De entre os dez episódios, este foi o que considerei mais engraçado – nada como casais que não sabem comunicar entre si e, por isso, se colocam em situações hilariantes.
Personagem de destaque:
Dawn Westen (Betsy Brandt): Embora não tenha tido dos papéis mais presentes no ecrã, a prestação da atriz e a narrativa dedicada a doenças mentais deixaram-me emocionada e surpreendida visto que Love, Victor, embora fale de assuntos sérios, costuma ser bastante “leve”. Neste tema, arriscou um pouco mais.
Ana Leandro