[Contém spoilers!]
Temporada: 8
Número de episódios: 22
E mais uma temporada de The Goldbergs passou. E esta foi mais emotiva do que o normal, pelo menos para mim. Como acabei por fazer uma maratona da temporada ao invés de ver um episódio por semana a morte de George Segal deu um toque nostálgico e triste a esta temporada. O nosso ‘Pops’ foi embora e cada vez que o via em ecrã questionava-me se seria a última vez. E claro que quando fizeram a homenagem ao ator foi impossível conter as lágrimas. The Goldbergs tem-se arrastado e não é tão engraçado como era no início, talvez por Adam já não ser uma criança fofinha, mas estes atores têm a capacidade de se tornarem membros da nossa família com uma facilidade incrível. Sempre que vejo um episódio, embora saiba que a fórmula já está mais do que reciclada, que as piadas já são quase sempre as mesmas, a familiaridade e aconchego que os episódios me trazem continuam a surpreender-me como poucas séries o fazem atualmente. Mas vou ser sincera, a série foi renovada para uma 9.ª temporada, entretanto o Adam vai para a Universidade e diria que é isso, certo? A premissa é sobre os anos 80, pelo que não poderá haver muitas mais temporadas pois mudaríamos de década!
Com The Goldbergs já estamos habituados a pequenas inconsistências, o que me irrita um pouco pois seriam facilmente evitáveis. Como, por exemplo, uma personagem ir de intercâmbio para a Suécia num episódio, e no seguinte está de volta como se nada se tivesse passado. Obviamente a que me deixou mais desolada foi a transformação repentina de Erica. Finalmente decide a sua carreira: advogada. Não esperava, mas fiquei comovida porque sempre foi o sonho de Beverly. No entanto, Erica faz não sei quantas referências a mudar-se para Los Angeles e continuar na música, como se não tivesse chegado convictamente a outra conclusão em episódios anteriores. Aliás, a partir de certo ponto na temporada, ela nunca mais menciona a sua nova escolha de carreira.
Um dos grandes arcos desta 8.ª temporada de The Goldbergs foi dedicado à relação de Erica com Geoff e, sinceramente, pareceu-me um pouco forçado, desde o término ao pedido de casamento. Não sei porquê, nunca visionei Erica como alguém que queria casar, mas isso talvez tenha sido uma falha de perceção minha. De qualquer das formas, foi um ótimo final de temporada. Especialmente porque já vimos as remodelações feitas na casa de praia, que foi das minhas adições favoritas da temporada – e dos melhores momentos de Murray (se bem que nesta temporada ele teve bastantes). Ainda respetivo à relação de Erica com Geoff, da qual resultou a nova relação de Barry e Joanne, devo dizer que não sou grande fã, até porque não senti química entre os atores. Tudo bem que é uma série de comédia, mas The Goldbergs também é muito sobre as morais e abraços no final de cada episódio e, para isso, é necessário alguma química, diria.
A presença de Brea Bee foi das que permitiu mais cenas e discussões sobre temas importantes, seja pelo facto de ter pais divorciados, seja pelo facto de a mesma precisar de um trabalho enquanto estuda, ambas realidades um pouco distantes a Adam e aos Goldbergs.
Quanto a Beverly, continuou a marcar presença na vida dos seus schmoopies, mas diria que cada vez com mais peso e medida, o que lhe fica bem. A nível profissional foi testando as águas em várias atividades e julgo que será algo que se irá manter. Já com Murray, preparam-se para ter a casa só para os dois e para um futuro romântico, espero. Claro que a casa não ficará vazia, pois arranjam sempre maneira de trazer todas as personagens de volta. Isto é um dos aspetos mais ridículos da série, na minha opinião, mas que de ser tão ridículo é impossível não provocar o riso. O que fazem Erica e Barry na cantina da escola de Adam? Nunca saberemos, mas encaixa no enredo.
No final, The Goldbergs entrega-nos sempre momentos divertidos e transporta-nos aos anos 80 com as suas músicas e referências cinematográficas. Continua a ter algo que a diferencia das outras comédias e continua atual.
Melhor episódio:
Episódio 9 – Cocoon – Este é o último episódio em que George Segal tem grande parte do tempo de ecrã e para além de muito divertido, é emotivo, pois o próprio Pops já não está na sua melhor forma.
Personagem de destaque:
Albert “Pops” Solomon (George Segal) – A ter de escolher uma personagem, nestas circunstâncias, não há sequer outra alternativa. George vai deixar saudades e será para sempre o avô mais fixe da televisão.
Ana Leandro