Love, Death & Robots – Review da 2.ª temporada
| 17 Mai, 2021

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[Não contém spoilers]

Love, Death & Robots regressou à Netflix com uma 2.ª temporada (designada por Volume 2 na plataforma). Se oito episódios souberam a pouco? Sim, souberam a muito pouco, mas a plataforma de streaming confirmou já o terceiro volume para 2022!

A antologia de Tim Miller (Deadpool) volta a presentear-nos oito histórias curtas num futuro onde reinam as premissas do título da série: amor, morte e robôs, bem ao estilo cyberpunk.

Os episódios continuam curtos – os maiores têm 18 minutos – e cada um conta com diferentes técnicas de animação e computação gráfica. E que computação gráfica! Os episódios que pretendem transmitir o realismo das personagens e das paisagens fazem-no de uma maneira tão convincente que dei por mim a pensar duas vezes se o que estava a ver era real ou animado.

Senti que, em relação ao anterior volume, a série está mais séria, contando apenas com um episódio (Automated Customer Service) mais cómico. Os restantes capítulos conseguem levar até ao espectador um clima de ação, tensão e reflexão que eu, pessoalmente, adoro.

Um outro ponto muito interessante deste novo volume prende-se ao facto de todos os episódios conterem um denominador em comum: a raça humana, tal como hoje a conhecemos, está em risco em todos os episódios, direta ou indiretamente, quer seja o problema da sobrepopulação, o avanço tecnológico, as guerras ou simplesmente a mentalidade humana.

Melhor episódio:

Episódio 8 – The Drowned Giant – Não foi a minha primeira escolha, mas depois de ler e ouvir outras opiniões sobre o episódio, voltei a vê-lo, imaginando que todo o monólogo do capítulo seria sobre uma baleia que deu à costa e não sobre um humano gigante e fez todo o sentido! As pessoas não acharam estranho o facto de um homem gigante ter dado à costa, mas todos agiram como se tratasse de um simples animal marinho – que tantas vezes dão à costa nos dias de hoje (e as reações dos locais são iguais às descritas no episódio). Deste ponto de vista, no discurso do narrador, é possível vermos uma crítica à humanidade e à falta de empatia pelos seres do oceano.

Personagem de destaque:

Snow (episódio 4 – Snow in the Desert) – É difícil criar empatia por um personagem em menos de 20 minutos, mas Snow pareceu aquele personagem badass que tem bons diálogos e toda a ação do episódio gira à volta dele.

E agora, um pequeno easter egg: existe um episódio neste volume, onde é possível ouvir várias falas em português de Portugal, visto ter no elenco os atores portugueses Miguel Amorim e Beatriz Godinho. Conseguiste identificá-los?

Miguel Mendonça

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