Snowpiercer – Review da 2.ª Temporada
| 14 Abr, 2021

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E finalmente acabei de ver a 2.ª temporada de Snowpiercer e deixem que diga: não foi especial. Quando comecei a ver Snowpiercer foi pela curiosidade de ver uma abordagem diferente do filme homónimo de 2013 – que achei bom, mas que não explorava bem toda a parte filosófica das classes. Enquanto que a 1.ª temporada de Snowpiercer se aproximou um pouco mais dessa análise, mesmo assim não me cativou. Mas como eu gosto de levar as séries até ao fim, aqui estamos depois da tão dolorosa experiência de ver estes dez episódios.

Para quem não sabe, Snowpiercer decorre num futuro próximo onde o mundo se tornou inabitável devido às baixas temperaturas. O que resta da humanidade vive a bordo de um comboio gigante em constante movimento à volta da Terra. Basicamente nesta temporada conhecemos Mr. Wilford, interpretado pelo espetacular Sean Bean, o visionário que criou o Snowpiercer, mas que, ao mesmo tempo, dividiu o comboio em classes, acabando por originar uma guerra entre os passageiros na luta por direitos iguais. Vou ser honesta, grande parte de mim conseguiu ver esta temporada por dois fatores, e um deles foi Sean Bean (o segundo abordarei posteriormente). Este vilão traz à série um motor para a 2.ª temporada. O nível de performance do ator é só fenomenal e tudo o que está relacionado com a personagem é simplesmente vil e intrigante. Para além de que a maioria das suas cenas contam com uma realização de topo. Não sei até que ponto todos aqueles suicídios em cena seriam necessários… Se queriam chocar… conseguiram.

Os aspetos em que a série não peca são os técnicos: desde uma cinematografia espetacular (todo o mundo gelado, as auroras boreais, as festas, o aquário) a uma banda sonora muito equilibrada e adequada a cada momento. Ainda que seja boa de olhar para o ecrã, não é suficiente. O que me leva ao segundo motivo que me fez gostar desta temporada: a constante ausência e presença de Melanie. Não há como negar que esta é sim das melhores, se não a melhor personagem da série – muito graças à atriz Jennifer Connelly. Muita gente ficou revoltado pela ausência da personagem em parte dos episódios e mesmo aquele final que deixou a desejar. De qualquer das formas, todos os momentos em que a tivemos no ecrã foram preciosos e fantásticos, mais não fossem o desenvolvimento do seu reencontro com a filha e a sua expedição fora do comboio. A personagem está tão bem construída que mesmo nos episódios em que ela não está fisicamente se consegue sentir a sua energia.

No final das contas, a temporada revolve muito em torno da missão de união de esforços entre Layton e Melanie para derrubar Wilford e encontrar um lugar na Terra para restabelecer a humanidade fora do comboio. Obviamente há outras peripécias na periferia. Mas no geral, não achei genial, nem necessário – é um pouco repetitivo com a luta de classes, cliché por se focar tanto num só vilão e arrastou a narrativa demasiado. Soubemos logo no primeiro episódio que havia neve, e só no último chegamos a alguma conclusão sobre locais que poderão vir a servir de casa para as nossas personagens. E mesmo assim, ainda temos de recuperar Snowpiercer primeiro…

Algo que também me deixa triste é o facto de continuar a sentir uma indiferença enorme perante Layton. Pessoalmente, acho que um bom protagonista deve causar algum sentimento no espectador, seja raiva, empatia ou carinho. Torna-se difícil importar-me com ele para além das causas que defende. Já Ruth e Alex ganharam um espaço no meu coração seriólico.

Toda a premissa continua a fascinar-me, mesmo que a forma como é desenvolvida possa aborrecer-me bastante. Dito isto, quero muito ver a próxima temporada, pois as coisas começaram a “aquecer” 😉

Melhor episódio:

Many Miles From Snowpiercer (02×05) – Para além de ser maioritariamente focado em Melanie, foi a primeira vez que nos aventuramos desta forma para fora do comboio e foi uma lufada de ar fresco a nível de enredo e a nível de cenários.

Personagem de destaque:

Joseph Wilford (Sean Bean) – Seria injusto escolher Melanie embora a forma como consegue estar presente na série seja louvável (e já lhe dei o devido crédito quer ao longo da review como na escolha do melhor episódio). Acho que já perceberam pelo que escrevi que sou muito fã de Sean Bean. Não imaginaria um Mr. Wilford tão bom e carismático como ele.

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