Lupin – Review da Parte 1
| 08 Jan, 2021

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[Contém ligeiros spoilers]

Temporada: 1

Episódios: 5

Lupin, com esta Parte 1, pode muito bem ser já uma das melhores estreias do ano!

Lupin é a mais recente estreia da Netflix e é inspirada na personagem Arsène Lupin, criada por Maurice Leblanc em 1905. Lupin (a personagem) era uma mistura entre um cavalheiro, um ladrão e um detetive, algures uma mistura entre um Sherlock e um Robin dos bosques. Tornou-se uma das personagens francesas mais icónicas, com uma aura de mistério à sua volta, conhecido por usar uma cartola, quase como as vestimentas de um mágico. O que faz sentido tendo em conta que a especialidade desta série é levar o espectador a tomar atenção a alguns acontecimentos, só para, de seguida levarem tudo para uma direção completamente diferente. O segredo de qualquer mágico que se preze.

A série da Netflix retrata a história de Assane Diop, um homem fanático pela personagem do Lupin, e que lhe faz frente quanto aos seus métodos e inteligência demonstrada. Para quem gosta de Sherlock, Poirot e semelhantes, trata-se de uma série imperdível. Assane usa estes métodos pouco ortodoxos para perseguir as pessoas que incriminaram o seu pai, quando ele era jovem, de um roubo que não tinha cometido. Esse acontecimento levou-o a crescer sem o seu pai, que era uma pessoa honesta, inteligente e justa.

Quanto à interpretação, esta série francesa tem um excelente elenco, mas o destaque vai todo para a estrela da série, Omar Sy. Este ator já me tinha chamado à atenção com o seu papel no filme Amigos Improváveis (a versão francesa e melhor), mas esta série só veio confirmar a sua qualidade. Em alguns momentos compararia à performance de Idris Elba em Luther, se bem que este última era um detetive bem mais violento.

Esta parte 1 de Lupin tem cinco episódios, não havendo ainda novidades concretas sobre quando irá estrear a segunda parte. Há rumores que, como a Netflix já fez no passado quando divide uma temporada em duas partes, é possível que não tenhamos que esperar mais do que dois ou três meses, mas seja quando for irei estar a aguardar para ver. Estes cinco episódios, com uma duração média de 45 minutos, contam uma história seguida da vingança de Lupin, mas em cada episódio, há sempre um momento digno das histórias de Maurice. Obviamente não me vou alongar sobre esses momentos, porque em nada contribuiria para esta review, e poderia estragar a surpresa de quem irá ver a série, mas acreditem que trazem mesmo aquele espírito de mistério e suspense. Traz mesmo uma onde de Sherlock Holmes e torna a série muito interessante de se ver.

No entanto a temporada não sobrevive apenas com base no mistério e suspense, mas também numa boa história, repleta de plot twists. Nem tudo pode ser um mar de rosas, até porque a review não vai ter um 10, pelo que apresento aqui a minha primeira crítica. O seu ajudante, Benjamin, interpretado por Antoine Gouy, é uma personagem com potencial, mas quase sem protagonismo nenhum, se ele não existisse a série não ficava pior, pelo que ou o tornam mais crucial na segunda parte ou então vai ficar aquém do que é tipicamente um ajudante. A segunda, e última crítica, é que em determinados momentos, os golpes de Assane são um pouco exagerados, perdendo alguma credibilidade. Sem ser uma crítica irritou-me um pouco o facto de ninguém na polícia, ter acreditado, quando um dos detetives conseguiu perceber que alguém andava a usar nomes que eram anagramas de Arsène Lupin.

Um destaque para a ligação que se consegui criar em apenas um episódio entre o Assane e a jornalista Fabienne. Mostra que as séries não precisam de ter 22 ou mesmo 13 episódios para conseguir investimento emocional. Às vezes basta um episódio muito bem feito. Assane consegue ser charmoso, manipulador, mas ao mesmo tempo adorável.

O último episódio começa por ser um dos mais fracos, com muitos flashbacks mas termina com um plot twist muito inesperado que me deixou agarradíssimo à série. Mal posso esperar que a segunda parte chegue. Acima de tudo foi uma viagem de cinco episódios bem agradável.

Queria deixar um agradecimento especial à Netflix por nos ter disponibilizados os cinco episódios da parte 1 antecipadamente.

Episódio de destaque:

Episódio 1 – Estive muito indeciso entre este episódio ou o episódio 4 pela componente mais emotiva e pesada. No entanto escolho este por um simples, e grande, motivo. Foi uma introdução à personagem espetacular. Durante este episódio achamos que Assane é um tipo de pessoa, que depois não corresponde nada à verdade e somos surpreendidos no final. Claro que eles conseguem replicar este efeito mais vezes, mas a primeira vez é mais memorável. O assalto ao Louvre tem uma bela construção e um final delicioso. Sinto que tem tudo o que um piloto precisa de ter. Excelente introdução de personagem principal. Leve análise sobre o enredo que irá dominar a série e cativa a audiência a ver mais.

Melhor personagem:

Assane Diop – Nem podia deixar de ser de outra forma. Carismático, fácil de gostar, inteligente, manipulador, e com uma causa nobre. Como seria possível não gostar desta personagem, com o excelente trabalho que o Omar faz a interpretá-lo? Assane rouba colares e rouba o protagonismo da série, carregando-a às costas. Intriga e mistério andam sempre à volta de Assane. A própria caracterização da sua vida familiar está excelente, ele é tão obcecado com a vingança e com os seus esquemas que negligenciou a família que o amava, até os ter perdido, tudo contribui para uma excelente caracterização.

E tu, o que achaste?

Raul Araújo

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