Baby – Review da 3.ª Temporada
| 23 Set, 2020

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Temporada: 3

Episódios: 6

[Contém spoilers.]

Inspirada numa história real, Baby é uma série italiana centrada num grupo de adolescentes de uma escola de prestígio em Roma que desafiam a sociedade em busca da sua própria identidade e independência, tendo como pano de fundo o amor proibido, as pressões familiares e os segredos partilhados. Tudo muda quando Chiara (Benedetta Porcaroli) conhece Ludovica (Alice Pagani), uma jovem impulsiva que secretamente precisa de dinheiro. Por esse motivo, Ludovica apresenta o mundo da prostituição de menores a Chiara e rapidamente se torna evidente o quanto esta ideia é má.

Embora esta série esteja longe de ser uma masterpiece, conseguiu executar aquilo a que se propôs e acabou de uma forma muito natural, como já não via há algum tempo. Todas as pontas soltas e narrativas tiveram um desfecho satisfatório (ainda que previsível) que não se fez sentir forçado. A nível de enredo gostei sobretudo que Chiara e Damiano não tenham ficado juntos, pois, embora sejam muito queridos pelos fãs, não seria realista – já a presença de Niccolò no final foi uma surpresa agradável que só no momento me apercebi o quão necessária era.

Percebo que tenham escolhido fazer esta série muito à base de uma verdadeira amizade feminina, pois, por vezes, injustamente, as mesmas ainda são associadas a dramas e intrigas. No entanto, não vou negar que houve vários momentos em que eu fiquei à espera de algo romântico entre as duas, isto porque, para mim, algo com tanta intensidade não pode ser apenas amizade. Deveríamos celebrar, então, Brando e Fabio por estarem confortáveis com a sua sexualidade? Podemos ficar felizes, claro, mas para mim foi insuficiente.

O elenco tem vindo a surpreender desde o primeiro episódio, sendo que considero a prestação geral do mesmo muito boa nesta última temporada, não tendo nada a apontar a nenhum dos atores. O que me continuou a surpreender foi a maravilhosa banda sonora e, claro, a realização cuidada, bonita e artística.

Considero Baby uma série bastante importante do ponto de vista social, pois aborda diversos temas relevantes, um deles, raramente explorado, a prostituição de menores. Este assunto é o foco principal e raramente há desvios do mesmo, sendo várias perspetivas abordadas e diversas questões colocadas em cima da mesa, desde o papel da escola ao papel dos pais. A maneira como seguimos a vida de todas as personagens aproxima-se da realidade, sendo a forma como utilizam as redes sociais a mais evidente – quando Chiara fez o direto a assumir tudo tive sérios flashbacks de quando estávamos em Estado de Emergência e todos encheram o Instagram de diretos.

Acima de tudo, e tendo em conta que são apenas 18 episódios, penso que se deveria dar uma oportunidade a Baby.

Melhor Episódio:

Episódio 1 – San Valentino – Gostei bastante do primeiro episódio no sentido em que ditou todo o rumo e tom da temporada, tendo sido bastante direto. Embora esperasse uma temporada recheada de descobertas e confrontações, a maioria delas acabaram por acontecer neste episódio, tendo os outros sido guardados para as consequências e resoluções.

Personagem de Destaque:

Ludovica Storti (Alice Pagani) – Torna-se complicado escolher uma personagem que se destacou quando temos duas protagonistas igualmente fantásticas e um leque de personagens secundários muito bom também. No entanto, para mim, seria uma óbvia escolha entre Ludovica e Chiara, pelo que optei por Ludo, pois desde o início da série que consegui sentir mais empatia por ela e por toda a sua situação. Esta foi, sem dúvida, a sua temporada e quando lhe foi permitido chegar onde merecia realmente.

Ana Leandro

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