Lucifer – Review da 5.ª temporada (Parte 1)
| 31 Ago, 2020

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Temporada: 5 (Parte 1)

Episódios: 8

[Contém alguns spoilers]

Lucifer está de volta para a primeira parte da 5.ª temporada. Na minha opinião, correspondeu às expectativas que tinha. Tivemos uma 4.ª temporada um pouco diferente, que precisava de abanar a série para garantir que esta continuava, mais negra e introspetiva, com Lucifer deprimido e a duvidar de si próprio. Chega mesmo a perguntar a Linda porque é que se odeia a ele próprio. A quinta, volta a trazer-nos um Lucifer engraçado, com dúvidas existenciais, problemas profundos e outros superficiais.

O enredo começa com o regresso de Lucifer, mas algo está estranho e rapidamente percebemos que, apesar da cara e voz serem a de Tom Ellis, aquela pessoa não é Lucifer. Trata-se do seu irmão Michael, que veio à Terra para estragar a vida a Lucifer. Um ponto muito positivo desta temporada é que não espremeram a luta entre eles até já não haver sumo, foi apresentado nos primeiros dois episódios e volta a ser abordado no final da temporada, mas temos à vontade uns sete episódios onde Michael nem é referido. Foi interessante ver Lucifer a lutar contra alguém que tem o seu corpo e cara, mas é quase o oposto dele, vive das mentiras e ilusões criadas.

Quanto a Chloe nesta temporada, finalmente assume uma relação com Lucifer, apesar de ainda passarem uns percalços no começo, mas apercebe-se logo que não é Lucifer que regressa no primeiro episódio, apesar de não saber lidar muito bem com ter sido criada especificamente para ele, por Deus, mas também quem é que saberia lidar com uma bomba dessas logo na hora? Chloe e Lucifer fazem um bom casal, mas isso não é surpresa, já há quatro temporadas que a química que conseguem criar no ecrã é indicadora disso mesmo e finalmente chegaram ao ponto de uma relação. Esperemos que se mantenha até ao fim.

Uma nota para Amenadiel, que teve uma interpretação fantástica como detetive a fazer parceria com Chloe, quando esta precisa de um espaço de Lucifer. Continua a lutar contra ser pai de Charlie, junto de Linda, quando descobre uma verdade que o deixa aterrorizado. Na minha opinião acho que é mais uma manipulação e que não é verdade, mas vamos ver o que vem aí.

O episódio mais fraco foi o quarto episódio, onde Lucifer conta a Trixie (que, já agora, está enorme, cresceu muito desde a 4.ª temporada) uma história no passado. Digo que foi o mais fraco porque é, de todos, o que menos contribui para a história, apenas nos introduz Lilith como personagem, que depois irá contribuir para o estado mental de Maze. No entanto, destaque neste episódio para a linda voz de Lesley-Ann Brandt que, depois de nos encantar já com Wonderwall, nos traz uma versão de I Want To Be Evil. Só é pena termos ouvido tão pouco a voz de Tom Ellis a cantar, mas não podemos ter tudo.

A pior personagem, para mim, nesta temporada foi Maze. Achei ótimo fazerem-na passar por dúvidas existenciais e crises de querer ter uma alma e encontrar alguém, mas sinto que isso é desaproveitado quando a põem a mudar a lealdade como quem muda de camisa, quase uma vez por episódio. Acho que podia ter sido mais bem construído para no final da temporada ter mais impacto a troca dela de lado. Dan também não esteve no seu melhor, tornando-se mais um peão de Michael do que uma personagem com grande impacto por si.

Quanto aos últimos dois episódios, gostei que fosse introduzido, pela primeira vez na série, um serial killer que matava sem motivo ou ligação à vítima, até à revelação de quem era e todo o impacto que isso teve. Ver Lucifer a fazer “trabalho chato de detetive” para salvar Chloe foi muito bom. Houve claramente uma grande preparação e trabalho para construir o enredo para estes dois episódio finais e acho que foi muito bem conseguido.

Por fim, queria dar destaque à vertente técnica, quem tem melhorado de temporada para temporada. Na cena de luta final há um ponto onde Lucifer é atirado por um vidro quando o tempo está parado e o efeito que conseguem fazer é fenomenal. Causa um grande impacto no espectador.

Em suma, foi uma excelente primeira parte da 5.ª temporada com o nível ao qual Lucifer já nos habituou e com aquele final, aqueles últimos 10 segundos, fico em pulgas para que venha aí a segunda metade.

Personagem de destaque:

Ella Lopez (Aimee Garcia) – Ella sempre foi uma personagem muito querida dos fãs. Espevitada, energética e simpática eram três palavras que a caracterizavam. Já a tínhamos visto duvidar de si e perder a crença na religião, mas aquilo a que assistimos nesta temporada superou tudo. Ella começa por achar que nunca vai encontrar alguém para si, que é um íman de más escolhas para parceiros, inclusive vemos Ella numa discoteca, a enrolar-se com um homem com mau aspeto, e meio de lágrimas nos olhos, como quem se conforma que é apenas aquilo que irá ter, uma série de relações casuais atrás umas das outras. Até que, a meio da temporada, conhece um repórter que é muito parecido com ela e parece muito simpático. Depois de vermos Ella a bater no fundo, aparece uma luz ao fundo do túnel. Mas quem já viu sabe como é que acaba. É de partir o coração, mas, nas palavras de Lucifer, “Miss Lopez is stronger than even she thinks it is”.

Melhor episódio:

Episódio 8 – Spoiler Alert Houve grandes episódios nesta temporada, cheguei a pensar em escolher o episódio onde Amenadiel faz parceria com a detetive, ou mesmo aquele onde Lucifer acredita que está a perder a sua magia por causa de Chloe, mas no final do dia não tinha outra escolha possível se não o último episódio da temporada. E porquê? Por causa do final da temporada, com aquele cliffhanger de introdução de uma nova personagem, tanto pela maneira como foi feita como pelo significado que isso traz. Além de que o salvamento de Chloe em si também foi um momento muito bom e bonito, ver Lucifer a sofrer e em esforço, a achar que era inútil… A luta final entre Maze, Amenadiel, Lucifer e Michael também está muito bem coreografada e tornou esse momento mais impactante.

E vocês, o que acharam?

Raul Araújo

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