A Very English Scandal – Crítica da minissérie
| 13 Jul, 2020

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A Very English Scandal é uma minissérie britânica que chegou no passado dia 8 de julho à HBO Portugal, contudo já tinha estreado na BBC One a 20 de maio de 2018 e na Amazon a 20 de junho, também de 2018. Esta é baseada no livro homónimo de John Preston, que, por sua vez, é baseado na história verídica de Jeremy Thorpe (Hugh Grant), um deputado do partido político Liberal que se envolveu com Norman Scott (Ben Whishaw). Se essa relação fosse descoberta denegriria a imagem e reputação de Thorpe, uma vez que nos anos 60 (mais precisamente até 1967) era considerado crime, na Inglaterra, manter relações homossexuais. Dessa forma, Thorpe considera que a única maneira de ver o seu segredo guardado é silenciar Scott de vez, o que o vai levar, em 1979, a ser julgado por conspiração e tentativa de assassinato.

Séries que possuem tão poucos episódios, neste caso em específico três, têm as suas vantagens e desvantagens. A vantagem é que não existe muita possibilidade de enrolar a narrativa e, portanto, não se corre o risco de esta se tornar aborrecida. Contudo, ao ter menos margem de manobra para se alongar tanto, as coisas acontecem demasiado rápido, não dando muita oportunidade a um melhor desenvolvimento.

Foi o caso aqui. No primeiro episódio é-nos mostrado o envolvimento de Thorpe e Scott, o segundo já é sobre a tentativa de assassinato e o terceiro é sobre o julgamento. Assim, e apesar de cada episódio ter quase 60 minutos, as coisas passam tão rápido que quando damos conta já acabou. E no final fica aquele sentimento de que não fazia mal nenhum se tivessem desenvolvido um pouco mais algumas questões. Desenvolvimento esse que poderia ter acontecido caso a série tivesse mais alguns episódios.

Pessoalmente, não me importava que A Very English Scandal tivesse pelo menos mais dois episódios, sendo um deles, por exemplo, dedicado a desenvolver mais a relação entre Thorpe e Scott e o segundo dedicado mais à história deles depois de a relação terminar. É verdade que o que nos é apresentado pode ser considerado mais que suficiente; no entanto, considero que com um pouco mais de desenvolvimento, não só a série iria ficar melhor no geral, como o último episódio, correspondente ao julgamento do Thorpe, teria tido ainda mais impacto, uma vez que já estaríamos muito mais familiarizados com a história e talvez muito mais ligados aos personagens.

Contudo, não quero com isto dizer que a série não é boa ou que não vale a pena ser vista. Pelo contrário, aconselho bastante a que percam um tempinho a ver A Very English Scandal porque acredito que vão gostar – ainda para mais sendo tão pequena vê-se num abrir e fechar de olhos. Só considero que poderia ter havido ali um pouco mais de desenvolvimento, sendo que o resultado final poderia ter sido ainda melhor.

Melhor episódio:

Episódio 3 – É neste episódio que ocorre o julgamento de Thorpe. Muitas vezes é difícil escolher um episódio de destaque, ainda para mais quando tem somente três episódios. No entanto, assim que este episódio começou a dar, tudo o que me vinha à cabeça é que era sem dúvida o melhor dos três. Não só conseguiu prender a minha atenção do início ao fim como conseguiu fazer com que ficasse ansiosa e expectante para saber como é que aquela embrulhada toda se ia resolver. Gostei mesmo bastante do episódio.

Personagem de destaque:

Norman Scott – Apesar de ter ficado bastante indecisa entre Norman e Thorpe, optei por escolher Norman. Aquele discurso que ele faz no tribunal acabou por ser o momento decisivo que fez recair a minha escolha mais para Norman do que para Thorpe. Ambos são personagens complexos e ambos foram interpretados de forma esplêndida (já para não falar da extrema semelhança entre o ator Hugh Grant e o verdadeiro Jeremy Thorpe); contudo, Norman teve coragem para admitir as coisas que aconteceram e dizer aquilo que realmente era, mesmo que isso fizesse as pessoas rirem-se dele. É verdade que ele poderia não ter tanta coisa a perder como Thorpe, mas foi Thorpe quem se meteu com ele e não o contrário (tanto é que essa cena foi um pouco creepy, uma vez que ele já ia com as coisas preparadas – se vocês viram o episódio ou se decidirem ver vão saber ao que me refiro – e ainda disse que o iria beijar e que ele iria gostar, sem saber sequer se Norman se iria sentir confortável com isso ou não!), portanto, a meu ver, não há muitas desculpas que possam justificar as atitudes de Thorpe.

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