Outlander – Review da 5.ª Temporada
| 12 Mai, 2020

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[Contém spoilers]

Temporada: 5

Número de episódios: 12

E assim acabou mais uma temporada desta grandiosa série que é Outlander! Confesso que até aqui gostei bastante de todas as temporadas, mas o final da quarta não me deixou assim tão curiosa por esta. Claro que queria ver a dinâmica entre Brianna e Roger no passado enquanto pais de um bebé, mas não estava virada para a parte da caça a Murtagh – tanto que esperei que não perdessem muitos episódios nesse assunto.

Finalmente, após visualizar todos os episódios posso dizer que continuo a guardar o lugar de temporada favorita para a primeira, mas esta não diminuiu a qualidade face às restantes. A nível geral continua com uma fotografia e realização de tirar a respiração (episódios 8 e 12 são o auge neste aspeto) e com uma banda sonora espetacular, tal como não poderia deixar de ser, ainda para mais com Roger como cantor – e que belos momentos nos proporcionou desde o primeiro episódio com L.O.V.E. de Frank Sinatra a Clementine. Já a abertura da série, ao longo das temporadas tem vindo a mudar e é sempre uma surpresa, e embora não fosse das minhas favoritas, continuei a vibrar com ela e foi impossível de passar à frente.

Esta temporada arrancou lentamente para culminar numa passada muito mais agitada e apressada. Tal como referi, todo o enredo com Murtagh não era o mais interessante para mim e tal como esperava, tendo em conta o formato habitual de Outlander, não estiveram a temporada toda nisso. Esta temporada repartiu-se em três arcos principais: o de Murtagh, o de Stephen Bonnet e o de Roger. Chegámos ao fim da temporada com tudo isto resolvido – e que bom que, embora tenha sido um episódio bastante perturbador, tenham resolvido a questão de Bonnet rapidamente.

Embora não tivesse achado os arcos principais tão apelativos como outros anteriores, tudo o resto não deixou de me prender ao ecrã como sempre: sejam as cenas entre Claire e Jamie, que continuam a ser dos melhores casais da televisão; o casamento de Brianna e Roger ou Claire a instruir Marsali em medicina. Julgo que foi uma temporada de parar e estabelecer laços – não andámos de barco de um lado para o outro ou à procura do Roger durante meses. No penúltimo episódio conseguimos ver o quanto Bree já estava habituada à sua casa no passado e todas as relações que foi criando, seja com Lord John, Lizzie, Ian ou Marsali. Das minhas relações favoritas foi sem dúvida a que se criou entre Marsali e Claire e das que mais me entristeceu não ver qualquer desenvolvimento foi a relação de qualquer personagem com Fergus. Sinto que nesta temporada foi a personagem mais negligenciada de todas e é das melhores de sempre – espero que compensem no futuro, não nos podemos esquecer que Claire e Jamie o adotaram, basicamente.

Uma das surpresas foi o regresso de Ian, que tinha ficado com os Mohawk em troca de Roger na temporada passada e que, embora tenha voltado no início da segunda metade, não contou tudo sobre a sua experiência – sabemos apenas que teve um problema com uma mulher e que gostaria de voltar atrás para o evitar, isto porque sim e finalmente contaram-lhe toda a verdade em torno das viagens no tempo. Parece-me que este assunto não ficará enterrado, mas sinceramente não entendo porque não o exploraram mais, não vejo necessidade de adiar nem é algo que me prenda assim tanto o interesse.

Embora adorasse Murtagh, achei que a morte dele foi bem escrita (um pouco à Jon e Ygritte de Game of Thrones). Já se tinha escapado de Culloden, era injusto que também escapasse aqui tendo em conta a sua personalidade e a forma como luta pelas suas causas – por vezes, é necessário relembrar o espectador que os protagonistas não são intocáveis e Outlander foi fazendo isso com Dougal ou Colum, mas faltava algo deste género à temporada. Será para sempre lembrado com carinho e a interpretação de Sam Heughan neste episódio também.

Falando na evolução de Jamie, tenho a dizer que tive saudades do penteado antigo dele, este torna-o mesmo mais velho (tal como é suposto). O arco dele com Roger foi um pouco cliché, mas julgo que tem quer ver com a época também. De resto julgo que teve uma história à altura da personagem desde o primeiro episódio ao convocar os homens do Ridge (paralelo com o que aconteceu na 1.ª temporada) ao momento em que o vemos a vestir o uniforme dos soldados ingleses e encarnar um red coat.

No último episódio vemos uma volta de 180º em Claire e, como em todas as temporadas, palmas para Caitriona Balfe, que performance espetacular! Somos relembrados de todos os males pelos quais a personagem passou e somos obrigados a refletir sobre o quão forte ela tem sido ao longo de cada episódio. Algo que achei perigoso no seu desenvolvimento foi sem dúvida todos os avanços que quis fazer na medicina – daí que uma das minhas cenas favoritas seja quando Jamie a chama à atenção disso mesmo, por vezes ela esquece-se do contexto em que está inserida.

Esta temporada teve sem dúvida altos e baixos, mas Outlander consegue sempre ficar à tona e bem confortável, seja pelas interpretações fantásticas do elenco seja por todas as questões técnicas e por alguma História que nos vai mostrando. As relações muito bem construídas são um bónus ao qual também acrescem algumas reviravoltas magníficas – quando o episódio 7 terminou com Roger pendurado, não acreditei que fosse ele porque não o iam matar no mesmo episódio em que Murtagh morre… e estava certa, mas só até certo ponto e foi espetacular ver como tudo se desenrolou. A série brilha sobretudo pelo conjunto de sentimentos que consegue provocar, seja de tristeza, tensão extrema ou felicidade.

Para uma próxima temporada esperamos saber mais sobre Ian; se o irmão de Lionel irá atacar e se terá algo que ver com o incêndio que supostamente matará Jamie e Claire; sobre a Revolução Americana e se Roger, Brianna e Jemmy vão mesmo ficar no passado (confesso que não acho certa a decisão e foi um pouco cliché). Pedidos especiais: mais tempo de ecrã e mais diálogo importante para Fergus e um companheiro para o Lord John.

Acompanham a série (por cá, pode ser vista nos canais TVCine)? O que acharam desta temporada? Alguma teoria?

Melhor episódio:

Episódio 12 – Never My Love – Foi difícil destacar um só episódio, pois pelo menos metade deles foram tão bons como o último por diferentes razões. Escolho este pois foi o meu favorito a nível de edição e cinematografia, assim como teve a melhor cena de “guerra” e a melhor prestação em toda a temporada, a de Caitriona. Adorei também o sonho de Claire e de ver os vários paralelos estabelecidos – seja o vaso que vimos no primeiro episódio da 1.ª temporada estar presente na sua casa de sonho, seja o coelho que lhe apareceu no seu momento desesperante que também apareceu a Jamie em Culloden. Ver Claire a refletir sobre tudo o que passou foi uma boa viagem no tempo e deu para apreciar a personagem ainda mais.

Personagem de destaque:

Marsali (Lauren Lyle) – Tal como o episódio, também a personagem é difícil de escolher tendo em conta o carinho que tenho por quase todos e mesmo os desenvolvimentos de cada um ao longo da temporada. Podia escolher Claire, mas ela é sempre a personagem de destaque em qualquer temporada. Escolhi Marsali pela importância que tem vindo a ganhar. Agora sim, o seu lugar na família está consolidado. Desde aprender com Claire a, no final, matar por ela, a personagem evoluiu bastante e foi sempre fiel a si mesma, não havendo um único momento para desgostar dela.

Ana Leandro

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