Modern Family – Review da 11.ª Temporada
| 20 Abr, 2020

Publicidade

[Contém spoilers]

Temporada: 11

Número de Episódios: 18

No passado dia 8 chegou ao fim, após onze temporadas, a série de comédia filmada em estilo de documentário, Modern Family. Apesar de sabermos que eventualmente isso tem que acontecer, a verdade é que nunca é fácil despedirmo-nos de uma série, ainda para mais quando gostamos muito desta.

Mesmo que a minha mente já fosse preparada com a ideia de que era a temporada final, isso não me impediu de me sentir triste todas as vezes que o referiam na própria série. A realidade de que ia chegar ao fim não só estava presente nas nossas mentes, como a própria série nos ia lembrando disso ao longo dos episódios, tanto nos nomes destes, como nos diálogos das personagens. As imagens de momentos antigos da série ou as pequenas recriações de alguma cena das temporadas anteriores apelaram ainda mais ao sentimento de nostalgia.

No entanto, isso não me impediu de chorar de tanto rir com as imensas peripécias em que esta família se mete, sendo que achei os últimos quatro ou cinco episódios mesmo muito divertidos, até o último da temporada, que tanto me estava a fazer chorar de tanto rir como me estava a fazer chorar de tristeza. Aquela cena em que Phil (Ty Burrell) se preparava para fazer conchinha com Jay (Ed O’Neill), pois pensava que era isso que ele lhe estava a pedir, mas ele só estava a tentar aprender espanhol, fez-me rir tanto, mas tanto, que por momentos tinha-me esquecido que depois deste episódio não iriam haver mais.

Esta última temporada de Modern Family no geral foi boa, não fugindo muito ao que já estávamos habituados a ver nas temporadas anteriores. Contudo, eu estava à espera que, nesta temporada, fossem focar-se um pouco mais na narrativa de Haley (Sarah Hyland), Dylan (Reid Ewing) e dos gémeos e como é que toda a família se ia adaptar a isso, particularmente Haley e Dylan como pais, e Claire (Julie Bowen) e Phil agora como avós. Eles foram mostrando num episódio ou noutro, mas não sei porque estava à espera que essa narrativa fosse ocupar mais “tempo de antena”, por assim dizer.

Não quero com isto dizer que as histórias que foram mostradas ao longo dos dezoito episódios não eram boas, mas tinha ficado com essa ideia desde a 10.ª temporada. Talvez o facto de esta ser a última temporada não deu tanta oportunidade para se focar em outras narrativas que até poderiam ter sido exploradas caso a série tivesse mais temporadas.

Tirando este pequeno aparte, que pouco ou nada interfere com a qualidade da temporada, e uma vez que já me estou a prolongar muito, falarei agora mais especificamente do final.

Eu gostei que tivessem retomado a ideia de Mitchell (Jesse Tyler Ferguson) e Cam (Eric Stonestreet) voltarem a ser pais, agora de um menino. Inclusive, gostei ainda mais da atitude de Lily (Aubrey Anderson-Emmons), que apoiou bastante os pais na decisão deles, mesmo quando não estavam seguros de que iriam fazer um bom trabalho. Contudo, fiquei um pouco triste por não terem mostrado como é que apresentaram o bebé à família (como por exemplo no primeiro episódio da 1.ª temporada) e como é que estes reagiram. Admito que estava bastante curiosa em relação a esse momento.

Para além disso, gostei também do facto de Cam não só ter conseguido o emprego no Minnesota, mas também o ter aceitado, mesmo sabendo que isso implicaria que a família se iria afastar em termos territoriais. Apesar de achar que não deve ser uma decisão fácil, a verdade é que era algo que Cam sempre quis e terem-lhe proporcionado isso deixou-me bastante feliz.

Relativamente a Jay, Gloria (Sofía Vergara) e Joe (Jeremy Maguire), o esforço de Jay para aprender espanhol por Gloria e a decisão de ir com eles para a Colômbia durante o verão fez-me chorar um bocadinho, pois mostrou mais uma vez o quanto eles gostam um do outro. Uma vez que Gloria se mudou para a América, aprendeu inglês e sempre fez um esforço para apoiar Jay, ver agora Jay a fazer esse mesmo esforço valeu muito a pena.

A viagem de Manny (Rico Rodriguez) também me agradou, pois mostra que ele está preparado para ser independente, saindo dessa forma debaixo da asa da mãe, e pronto a dar uma oportunidade de conhecer melhor o pai e também outras realidades.

Quanto a Phil e Claire, a ideia de eles irem viajar na autocaravana também foi boa – sendo que era algo que Phil sempre quis – e ver Claire a alinhar nessa aventura demonstrou ainda mais o excelente casal que são, sempre prontos a apoiarem-se um ao outro.

A mudança de Haley, Dylan e dos gémeos para a antiga casa de Mitch e Cam foi algo inesperado, pelo menos não foi algo que me passou inicialmente pela cabeça, mas deixou-me muito feliz. Não só porque foi bom ver Haley a dar esse enorme passo, agora que é casada e tem dois filhos, mas também pelo facto de a casa ter pertencido aos tios dela. A casa que foi o lar de Mitch, Cam e Lily durante tantos anos seria agora o lar de outra família e penso que não haveria família que merecesse mais do que esta.

A ida de Alex (Ariel Winter) para a Suíça, ainda para mais para fazer o que ela gostava – e com Arvin (Chris Geere) o seu antigo professor, sendo que deram a entender que eles iriam formar um casal – também me deixou satisfeita. Tenho que admitir que após a narrativa da universidade, a história de Alex começou a não me agradar muito porque, a meu ver, começou a fugir um pouco à personalidade dela. Não sei se fui só eu que senti isso, mas começou a ser um pouco out of character. Sei que tinham que criar história para ela e talvez as narrativas apresentadas até fizessem mais sentido contextualmente e proporcionassem mais história, mas não estava a gostar muito. Este final, de certa forma, acabou por compensar.

Luke (Nolan Gould) ter conseguido ir para a universidade foi, sem dúvida, um dos finais de que mais gostei e que mais me surpreendeu, pois acho que se havia alguém que merecia algo assim era Luke. Apesar de parecer não ser muito inteligente às vezes, a verdade é que ele se safava muito bem no trabalho e esforçou-se bastante para conseguir ir para a universidade. Como tal, acho que foi mais que justo e agora só consigo imaginar as peripécias em que ele se vai meter.

Resumindo e concluindo, acho que a temporada final de Modern Family foi bastante boa, proporcionando-nos momentos muito divertidos, mas também bastante tristes, que pesaram ainda mais sabendo que seriam os últimos. Eu gostei do final no geral, sendo que não houve nada que não me agradasse. Chamo ainda mais a atenção para o facto do diálogo final de Jay e das luzes das casas a serem apagadas, até que na de Claire e Phil ficou a luz da varanda acesa, o que tem muito significado. Claire, enquanto olhavam para o quarto vazia que outrora tinha sido de Hayle e da Alex, perguntou  a Phil o que haviam de fazer e este responde: deixar a luz da varanda acesa para quando eles voltassem.

Quero acreditar que mais do que a luz acesa para os seus filhos/família voltarem, também ficou o convite a nós espectadores de voltarmos sempre que quiséssemos. E é isso que, sem dúvida, vou fazer. Sempre que tiver saudades, porque eu sei que esta série vai-me deixar muitas saudades, vou revê-la e embrenhar-me na história, como se também eu fosse um membro daquela família.

E tu, o que achaste da temporada e do fim de Modern Family?

Episódio de Destaque:

Episódio 4 – É difícil para mim escolher só um, porque houve bastantes episódios dos quais gostei, como por exemplo o 11.º, em que aparecem David Beckham e Courteney Cox (Friends), e o episódio final (17.º e 18.º). Mas decidi escolher o quarto episódio por um motivo muito simples, o tema que é abordado neste. Cam, Mitchel e Lily vão a uma festa na piscina e Lily estava a sentir-se insegura com o seu corpo. Cam e Mitchell tentaram mostrar-lhe que ela não precisava de ser insegura, acabando por a conseguir convencer a ir. Quando lá chegam apercebem-se que só havia gays na festa, o que levou a que Mitchell e Cam se sentissem inseguros. Ao longo do episódio eles acabam por se esconder numa das divisões da casa, juntamente com outros homens que também se sentiam inseguros, até que acabam todos por se aceitarem tal como são e decidem juntar-se aos restantes na piscina. O momento em que eles saem todos a desfilar com a música Boys da Lizzo de fundo, foi sem dúvida uma das minhas cenas favoritas. Não só me fez rir bastante como também transmitiu uma excelente mensagem.

Personagem de Destaque:

Phil Dunphy (Ty Burrell) – Apesar de gostar de todos os personagens em geral, a verdade é que não poderia escolher outra pessoa que não o Phil, uma vez que desde o início da série que este se tornou um dos meus personagens favoritos de todo o sempre. O jeito trapalhão, carinhoso e compreensivo levaram-me a gostar dele desde o início. Muitos foram os episódios em que eu pensei: devia existir mais gente como o Phil. Ele é das personagens mais supportive que eu já conheci. É verdade que também tem os seus defeitos, como todos temos, mas a maneira como ele apoia, compreende, ajuda e protege os seus é simplesmente amazing e mostram bem o excelente ser humano que ele é. Já para não falar nas alhadas em que ele se metia e que me proporcionaram muitas gargalhadas. Das quais eu terei imensas saudades.

Cármen Silva

Publicidade

Populares

estreias calendário posters grid dezembro

doctor who joy to the world disney

Recomendamos