Fiquei mega fã de Phoebe Waller-Bridge por causa de Fleabag e quando descobri que uma série dela menos conhecida, de nome Crashing, estava disponível na Netflix, tive que ver o episódio piloto. No entanto, este está longe de prometer o brilhantismo a que Phoebe me habituou, se bem que vale a pena frisar que só me apaixonei por Fleabag ao 4.º episódio.
A trama centra-se num grupo de jovens que vivem num antigo hospital. Não se trata de ‘ocupas’, visto que eles têm que obedecer a uma série de regras e tomam conta do espaço em troca de uma renda em conta. São, portanto, vários os personagens principais e há um deles especialmente irritante, alguns desinteressantes e outros com potencial, com destaque para a francesa de mau feitio que fala inglês com um delicioso sotaque. Lulu, a personagem de Waller-Bridge, pareceu bastante promissora no início do episódio, numa cena passada num autocarro, mas depois não se revelou à altura das minhas expectativas. É inegável que a atriz é boa no que faz e que tem piada, mas Lulu não é relatable de maneira nenhuma, o que é prejudicial.
Confesso que o conceito da série é interessante e original, mas a execução não me convenceu muito. O episódio é curtinho, cerca de 25 minutos, mas pareceu mais longo do que isso, o que nunca é grande sinal. Talvez as minhas expectativas fossem demasiado elevadas e a verdade é que Killing Eve também não se revelou nada o meu género de série. Fleabag tinha um tom muito próprio que não posso esperar (poder posso, mas se calhar não faz sentido) encontrar noutras séries, ainda que sejam da mesma criadora.
Não é justo dizer que Crashing é uma série má, mas não fiquei com grande vontade de ver mais episódios. Para mim é muito importante criar ligação com os personagens, nem que seja apenas com um, e é isso, às vezes mais do que as próprias histórias, que me agarra verdadeiramente ao ecrã. Com este episódio piloto isso não aconteceu e achei que em termos de humor também poderia ter sido melhor.
No entanto, se és fã do trabalho de Phoebe, dá na mesma uma espreitadela! Talvez alguém me convença de algumas boas razões para continuar a ver a série.
Diana Sampaio