La Palma foi uma das últimas estreias da Netflix em 2024 e, julgando pelo primeiro episódio, foi uma boa forma de a plataforma se despedir de mais um ano. A minissérie norueguesa é um trabalho de ficção, mas baseia-se na hipótese real de que um futuro colapso no flanco ocidental da serra de Cumbre Vieja, em La Palma, nas Canárias, possa causar um enorme tsunami. Aliás, o vulcão de Cumbre Vieja esteve em erupção, pela terceira vez, durante três meses em 2021.

Não sou uma apaixonada por estes fenómenos naturais, mas há qualquer coisa neste tipo de séries (ou filmes, do qual Lo Imposible é um bom exemplo) que prende muito facilmente a atenção e La Palma tem uma cena inicial espetacular que torna impossível não querer ver o resto do episódio. No centro da trama temos uma família norueguesa – pai, mãe, filha adolescente e filho mais novinho – que está a passar férias em La Palma pelo sétimo ano consecutivo. No entanto, as férias desta vez vão ser completamente abaladas pela iminente erupção vulcânica. Uma equipa de geólogos está em cima do acontecimento, estudando as alterações que mostram o perigo que aí vem, mas não sei se vão conseguir agir a tempo.

Apesar de a ação propriamente dita ainda não ter começado, todo o episódio é bastante empolgante. Tanto em termos da forma como conseguiram construir a tensão à volta da catástrofe prestes a acontecer, tanto no que diz respeito a apresentar-nos esta família, que tem problemas bem reais. Senti que em 50 minutos de episódio conseguiram perfeitamente fazer-me preocupar com o que vai acontecer a estas pessoas e quero também conhecer melhor as suas dinâmicas. Também gostei que tivessem abordado a questão do quanto se deve deixar o público no geral estar ciente de uma eventual catástrofe vs. o caos que isso pode gerar.

Com este primeiro episódio, La Palma fez mais do que o suficiente para garantir que vou voltar para mais. A minissérie da Netflix tem apenas quatro episódios e estou ansiosa para saber como vai acabar.