Foi com algum receio que fui ver Cruel Intentions mal saiu na Prime Video. A moda de transformar filmes clássicos em séries não tem corrido muito bem e infelizmente Cruel Intentions não fugiu à regra. Bastou um episódio para perceber que dificilmente será possível retirar muito daqui e que certamente não está no patamar do original.
Cruel Intentions foi um filme dos anos 90 que se tornou num fenómeno quase cultural. O filme falava sobre dois irmãos (não de sangue) que entram num jogo sexual com uma aposta perigosa pelo meio. O filme passa-se num meio escolar cheio de intrigas e mentiras e o final acabou por se tornar marcante para todos os que o viram. Este fenómeno levou a uma adaptação em formato de série e no fundo temos um pouco do mesmo. Caroline e Lucien são irmãos (também por conta do casamento da mãe de Caroline com o pai de Lucien) e ambos são vistos na universidade como sendo bastante populares. Quando Annie, a filha do Vice-Presidente dos Estados Unidos, entra na universidade, Caroline faz uma proposta a Lucien: se ele conseguir convencer Annie a juntar-se à casa Delta Phi de Caroline, terá direito a ter uma hora de sexo com a “irmã”, por quem é apaixonado.
O plot é muito parecido com o do filme: dois irmãos malucos que usam jogos de sedução e acabam por brincar com os sentimentos de pessoas externas. A diferença é a execução! Se no filme tudo é trabalhado com base nesta premissa simples, mas eficaz, na série Cruel Intentions a narrativa atinge níveis que me parecem um pouco absurdos a culminar no facto de Annie ser a filha do Vice-Presidente dos Estados Unidos. Acho que se criou demasiadas histórias paralelas e demasiado convencionalismo para algo que resultou por ser precisamente um plot básico, mas que prendia as pessoas. De certo modo dei por mim a pensar que estava a ver uma cópia barata de Gossip Girl. Mas como nem tudo é mau, gostei das interpretações de Sarah Catherine Hook e Sara Silva. Sarah interpreta Caroline, a rainha da universidade que consegue tudo o que quer. Sarah faz um trabalho incrível e convence bastante no papel que já foi de outra Sarah, Sarah Michelle Geller, que ficou brilhantemente marcada pelo papel. Já Sara Silva fez um excelente trabalho ao interpretar a neurótica Cece e todas as suas cenas foram leves e engraçadas tal como nos anos 90 tinha feito Selma Blair.
Transformar hits dos anos 90 em séries não tem corrido bem. Que o digam Scream e I Know What You Did Last Summer, que, apesar da muita expectativa criada, não foram capazes de marcar uma posição sólida e ficaram sempre aquém dos seus antecedentes. Parece-me que o mesmo vai acontecer com Cruel Intentions e, por isso, fugindo um pouco à essência do nosso site, recomendo vivamente que vejas o filme e te deixes ficar pela clássica obra do final do milénio. Esta série é apenas e só mais uma produção genérica teen que podia ter outro nome qualquer e, quando assim é, mais vale manter a identidade do original intacta.
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