Estreou esta semana na Netflix a série francesa O Ringue (La Cage, no original), que se centra num jovem lutador amador de MMA que sonha tornar-se profissional. Tenho um fraquinho por histórias que têm o desporto como tema central, porque acho que, se bem feitas, podem ter muita alma, como a saga Rocky, se esquecermos o absolutamente desnecessário Rocky V.

O Ringue não traz muito de novo, nem é especialmente apelativa, mas consegue entreter. Até achei que o episódio começou bastante bem e houve umas cenas um tanto ou quanto empolgantes, mas depois o meu interesse acabou por esmorecer um pouco. Não é difícil torcer por Taylor e penso que será fácil para muitos identificarem-se com o sonho dele, mas a trama não me prendeu o suficiente. Com apenas cinco episódios, a série não pode perder muito tempo a ir direta ao assunto, mas acho que fez falta um pouco mais de contexto em termos do passado de Taylor enquanto lutador e acerca das suas ambições. Acabou por acontecer tudo demasiado rápido, em vez de vermos a criação de uma jornada. Talvez faça sentido numa época em que as redes sociais precipitam tudo, mas não me agradou por aí além.

Melvin Boomer é bom como protagonista, mas sem parecer muito carismático, algo que não combinaria com o personagem numa fase inicial. O elenco é competente, a banda sonora foi bem escolhida e adequa-se perfeitamente a este tipo de série, mas o argumento e a realização podiam ser melhores. São cerca de 40 minutos de episódio, mas podiam ser menos. Ou podiam ter passado mais depressa. Já vi muito pior, mas também já vi bastante melhor, ainda para mais num ano em que estamos a ter algumas excelentes estreias. No entanto, a série hoje já está no top da Netflix das mais vistas, num respeitável 4.º lugar, atrás de Outer Banks, Arcane e Assalto ao Banco Central.