Lady in the Lake, a nova minissérie que estreia hoje na Apple TV+, baseia-se no livro de Laura Lippman com o mesmo nome. O livro, por sua vez, é inspirado em dois assassinatos reais, mas não relacionados um com o outro, que marcaram a juventude de Lippman.
Natalie Portman já foi uma das minhas atrizes preferidas e continuo a acompanhar o seu trabalho, portanto pareceu-me inevitável espreitar Lady in the Lake. Além disso, minisséries sobre crimes reais também me costumam despertar a curiosidade e este ano já tive uma boa surpresa com Under the Bridge.
Este tipo de séries parte sempre com uma vantagem: a curiosidade à volta dos crimes. Esta vantagem é enorme, mesmo quando a entrega não é a mais bem-sucedida. No entanto, felizmente, não é esse o caso aqui. Este primeiro episódio de Lady in the Lake não é incrível, mas com um bom elenco (Brett Gelman, desde Fleabag, não perdeu o jeito para fazer de imbecil), uma banda sonora competente e uma história com potencial, faz mais do que o suficiente para garantir que o espectador volte para mais. Em termos de realização, gostei especialmente dos paralelos – que também mostram as diferenças, no entanto – que fizeram à volta das duas personagens principais.
A Maddie de Portman parece, por um lado, a típica senhora privilegiada, mas também já ficou claro que é muito mais do que uma dona de casa (desesperada). Ao fechar a porta a partes da sua vida e a abrir-se a outras completamente novas, esta mulher revela camadas interessantes e fiquei também com bastante vontade de ver mais da relação que vai desenvolver com Judith (Mikey Madison). Outra das coisas que me agradaram foi o cenário da América dos anos 60, uma época de relevo incontornável para a história do país e da comunidade negra em particular.
Acredito que é uma série que vai crescer ao longo dos episódios, à medida que nos deixamos envolver mais na história e ficamos a conhecer melhor estas personagens. No entanto, se Lady in the Lake mantiver a linha daquilo que apresentou no primeiro episódio, já será bem mais do que satisfatória.