Presumed Innocent, a mais recente produção de thriller jurídico da Apple TV+, presenteia-nos com a excelente atuação de Jake Gyllenhaal.
O primeiro episódio da minissérie apresenta-nos Rusty Sabich (Gyllenhaal), um procurador com uma carreira brilhante cujo momento familiar íntimo é interrompido pela terrível notícia do assassinato da sua colega de trabalho, Caroline Polhemus (Renate Reinsve).
A partir desse momento, observamos a angústia de Rusty, que não hesita em mostrar a sua humanidade ao mesmo tempo que lida com a pressão profissional para liderar o caso. Por meio de ângulos de câmara e enquadramentos explícitos, o espectador assume a posição de voyeur e observa atentamente o desenrolar da narrativa. Os detalhes visuais, como o uso de cores sóbrias e uma iluminação de luz baixa, intensificam o clima de mistério e tensão.
Rusty e a sua equipa procuram evidências legais que ajudem a estabelecer um caso sólido, enquanto um político oportunista utiliza o assassinato de Caroline para os seus próprios interesses. A nuance política adiciona uma camada extra à narrativa, pelo que podemos antecipar temas como poder e manipulação ao longo dos próximos episódios.
À medida que são encontradas dificuldades para a construção de um caso com fortes evidências jurídicas, a tensão aumenta e a narrativa explora também a complexidade dos personagens. Aos poucos, somos guiados por entre os desejos e segredos de Rusty até que, em questão de instantes, somos surpreendidos pelo clímax ao fim do episódio. Nesse momento, o espectador depara-se com o ápice da atuação de Gyllenhaal, que confere a Rusty a imagem de um homem em total aflição, derrotado e incapaz de medir as suas palavras para se proteger legalmente.
Este primeiro episódio não se foca apenas no suspense do crime em si, como também deixa clara a intenção em desenvolver as motivações e ambições dos personagens envolvidos ao longo da temporada.
Presumed Innocent é uma produção que nos remete à época de ouro dos thrillers jurídicos e que retém a atenção do espectador sem deixar de sustentar uma narrativa bem elaborada e complexa.