Estreou na Netflix esta semana a minissérie britânica One Day, inspirada no livro com o mesmo nome de David Nicholls. Já estive para ler o livro, porque gostei da adaptação ao cinema, embora já não me lembre de quase nada da história. Assim, parto para esta série sem poder fazer grandes pontos de comparação, o que até pode ser uma coisa boa.
No centro da história estão Emma e Dexter, que se conhecem em 1988, na noite em que acabaram a universidade. Ela é a rapariga inteligente que parece ter o futuro bem planeado e ele é o rapaz que quer aproveitar a vida, sem grandes preocupações em fazer planos a longo prazo. Ela é o tipo de rapariga que passa despercebida e ele é o tipo popular. As primeiras impressões são estas, pelo menos. Só que Emma parece ser daquelas pessoas snobes que julgam os outros apenas pelo que está à superfície. É certo que houve ali um certo encantamento dela em relação a Dex, mas a verdade é que nem sequer pareceram gostar um do outro durante boa parte do tempo. Há ali qualquer coisa que os atrai um para o outro, e não estou apenas a falar de atração física, mas para mim ficou a sensação de um encontro amoroso que acabou mal. Vi várias red flags e pensei que os dois deveriam ficar felizes por não terem de lidar com o constrangimento de se voltarem a ver.
No entanto, é claro que a premissa da série não é essa. A história vai abarcar uma década e meia e, a cada ano, os dois vão encontrar-se, sempre no mesmo dia, 15 de julho. Porque é que a Netflix não esperou pelo verão para lançar a série? Não tem a mesma piada ter sido em fevereiro!
Não conhecia os protagonistas, Leo Woodall e Ambika Mod, de outros papéis, mas achei que foram bem escolhidos. Não me fazem lembrar em nada Anne Hathaway e Jim Sturgess, os atores do filme, o que ajuda a distanciar uma adaptação da outra. Há pouco espaço para outros elementos do elenco neste primeiro episódio, mas faz sentido na premissa de One Day. O argumento é perfeitamente razoável e alguns dos diálogos entre Dex e Emma são interessantes, mas não me senti transportada até 1988. Acho que fez falta um pouco dessa ambiência.
O primeiro episódio de One Day tem menos de 40 minutos, uma duração que me agrada sempre, uma vez que sou fã de episódios curtos. Os outros 13 episódios da série são ainda mais curtos. Não fiquei super empolgada com o que vi, mas até gostei e tenho uma certa curiosidade de ver o desenrolar da história. Tenho por hábito terminar as minisséries que começo, mas não vou continuar esta por “obrigação”. A série entregou o suficiente para me deixar com vontade de carregar no “continuar a ver”.