Monarch: Legacy of Monsters estreou em novembro na Apple TV+ e vai centrar os seus eventos entre Godzilla (2014) e Godzilla: King of the Monsters (2019) e girará em torno de uma organização ultrassecreta de caça a monstros, juntamente com a jornada de uma família para descobrir os seus segredos enterrados e que a ligam a esta mesma organização.

Ver séries destas atualmente traz sempre qualquer coisa de mais assustadoramente realista sobre desastres, tendo em conta que ainda estamos a navegar no pós-COVID-19. Com as guerras a fermentar em diferentes cantos do mundo, entre novas memórias de sirenes de emergência, morte e ruas vazias das cidades, um truísmo perturbador ressoa agora sobre estes projetos.

O primeiro episódio traz-nos várias linhas temporais, levando-nos desde o Cazaquistão, em 1959, passando pela queda de São Francisco de 2014, aquando do ataque do Godzilla, até aos dias atuais da série no Japão. Todas estas voltas, às vezes, trocam-nos também as voltas e não percebemos bem em que tempo estamos, mas isto também tem a sua piada.

As próprias personagens estão muito confusas ao longo destes primeiros 40 minutos e não houve tempo para grandes destaques. Cate Randa (Anna Sawai) foi a que conseguiu mais tempo de ecrã até agora, mas parece-me que vai haver ainda muitas outras histórias a desenvolverem-se em paralelo com a dela, tal como já aconteceu neste primeiro episódio.

Além disto, a série até agora pareceu muito boa estilisticamente. O ar/tom do episódio definitivamente aproxima-se mais de 2014 do que das sequências atuais (como por exemplo as partes da Ilha da Caveira de sequências ambientadas no passado). Portanto, quem tem saudades de tons mais antigos, certamente ficará agradado com o ambiente aqui conseguido.

Por fim, a má notícia para os nerds de monstros é que os Titãs (Godzilla e Kong, entre outros) são menos a estrela do espetáculo em Monarch do que o habitual. A boa notícia é que, talvez pela primeira vez nesta franquia, o drama humano parece que vai tomar as rédeas da coisa. Mas será isto um tiro no pé ou o suficiente para agarrar tanto os fãs da franquia como os exploradores mais novatos do MonsterVerse?