Beacon 23 – 01×01 – Corbenic
| 17 Nov, 2023
6.15

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Esta série chamou-me à atenção quando soube que ia sair, pois é baseada numa série de short stories, posteriormente adaptadas para um livro, de Hugh Howey, o mesmo autor por trás da coleção de livros Silo. Embora não tenha lido nenhum desses livros, a versão em série agradou-me bastante. Como normalmente tudo o que seja distopias ou ficção científica (mesmo a mais hardcore, suscita-me interesse), fui à aventura de assistir a este primeiro episódio de Beacon 23.

A primeira sensação que tive depois de acabar de ver este primeiro episódio foi ter ficado algo incompleto. Não foi uma experiência totalmente satisfatória, mas não consigo identificar bem o porquê exatamente. A história é confusa? Sim, somos apanhados no meio de algo que não compreendemos, a informação dada é escassa e mesmo quando assistimos aos personagens principais a trocar ideias, num jogo de gato e rato, convém dizer, sentimos que têm algo a esconder, portanto também não nos podemos basear nesses diálogos para ficarmos esclarecidos. No entanto, existem muitas séries que pouco nos dão no início, por isso não será por aí. O ritmo é lento? Sem dúvida! Muito contemplativo, cenário repetitivo, diálogos frios (excetuando a IA do farol, Bart, que consegue ter mais expressão que os personagens humanos, numa boa atuação da parte de Wade Bogert-O’Brien, que lhe empresta a voz) e personagens calculistas, embora numa incursão neste género isso seja bastante comum e até bastante interessante, quando bem executado. A urgência que nos tentam transmitir no início do episódio perde-se ao longo deste, de tão confuso que se torna? Não nos explicam a importância da “peça” central de modo a queremos saber o suficiente para que é que aquilo serve afinal? Talvez e talvez. Será uma mistura de tudo o que foi enumerado? Possivelmente. E mais alguma coisa que não identifiquei? Provavelmente.

No entanto, em cada um dos pontos que abordei em cima podemos, também, retirar coisas positivas, daí esta dualidade na análise. Lena Headey e Stephan James, que interpretam as personagens principais, têm química e passam-nos bem o sentimento de desconfiança mútua, daí ficarmos também nós a indagar o que cada um deles tem a esconder e quais serão as suas reais intenções. Faço aqui um aparte: ao ver Lena num papel tão oposto ao que desempenhou em Game of Thrones, estranhei. O fã em mim sentiu falta daquele sentimento de impunidade banhado em arrogância, mas num momento tem uma atitude à Cersei que me arrancou um sorriso saudosista: “Aqui está ela”!

Apreciei a forma como foi trabalhado o personagem de Stephan. Faz-nos lembrar as histórias que sempre nos contaram (e que vimos em inúmeras incursões deste subgénero) sobre o isolamento dos faroleiros e que mazelas pode deixar na mente humana. Seja há séculos atrás ou em séculos vindouros, não podemos fugir fugir à nossa condição, uma fatalidade inerente ao ser humano e de algum modo reconfortante, familiar.

A realização está competente, tem fotografias, a tempos, belíssimas, como se pede numa série que se desenrola no espaço profundo, e o cenário, apesar de parecer repetitivo, está bem construído e consegue dar-nos a sensação pedida de claustrofobia. Somando tudo isto, afirmar que a série desiludiu, e que este primeiro episódio de Beacon 23 não me deixou uma ponta de curiosidade para continuar, seria pouco verdadeiro. No entanto, mantenho o que disse inicialmente, foi bom, mas…

Ainda não existe previsão de estreia para Beacon 23 em território nacional.

6.15
7
Interpretação
5.5
Argumento
6
Realização
6
Banda Sonora

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