Acabada de estrear na Netflix, a série sul-africana Miseducation segue a história de Mbali Hadebe (Buntu Petse), uma wannabe influencer que, após uma humilhação pública no seu aniversário, decide mudar-se para a universidade de uma pequena cidade, onde procura restabelecer o seu status social.
A série parte de uma premissa muito simples, que certamente não será estranha ao público: a protagonista que tenta superar um escândalo do qual é vítima. A solução? Fugir para uma cidade de província. A série aponta para uma narrativa cheia de clichés, a começar pela sua premissa básica, que nada tem de mal. Porém, tudo é arruinado quando percebemos que esta é uma típica série coming of age que se torna previsível, por conta da falta de originalidade que existe na relação entre os personagens: Mbali, uma rapariga obstinada e mimada, o grupo das raparigas populares e más, o rapaz popular e desportista (por quem a protagonista se apaixonará), o amigo gay da protagonista e o gay não assumido.
Miseducation não deixa de ter alguma pertinência social, já que trata temas atuais, como a cultura do cancelamento, a orientação sexual e política. Ainda assim, o primeiro episódio dá sinais de que esta abordagem será trabalhada de maneira fraca.
Espero que a narrativa tome algumas nuances nos próximos episódios e que algumas das minhas previsões não se venham a confirmar. Para já tudo aponta para uma certa falta de inovação, o que, pessoalmente, não me conquista.
Para os curiosos, Miseducation já está disponível na íntegra, na Netflix.