Chegaram finalmente à Prime Video os primeiros episódios de Gen V, o tão aguardado spin-off de The Boys. Eu, como absoluto fã da série “mãe”, confesso que estava com expetativas altas e, de maneira geral, não foram defraudadas.

Obviamente sendo a série derivada de The Boys só podia começar a todo o vapor, com uma cena surreal, e assim lançam o mote e definem o tom. Se havia alguns filtros, que já eram muito poucos, convenhamos, aqui provam que os perderam completamente. Conforme nos vai introduzindo os seus personagens e dá o ponto de partida à sua própria história (o universo no geral já conhecíamos), Gen V faz jus à piada que encerra no seu título. É claramente uma série sobre a geração Z e as especificidades que a distingue das suas precedentes. Se The Boys já tinha uma sátira social aguçada, esta é ainda mais atual nos temas e na forma de abordagem. E as referências que fazem à cultura pop também estão on point. Adeus, millennials; olá, “Gen. Z”. Apontamentos muito bons, divertidos e completamente inusitados, como é habitué.

Do outro lado da moeda, e onde sai claramente a perder, infelizmente, é em dois pontos fulcrais que The Boys tem em abundância: histórias e bons personagens. Nos primeiros episódios de Gen V apenas nos é apresentada, grosso modo, uma linha de enredo. É claro que despontam, a espaços, algumas histórias secundárias que podem vir a ser mais exploradas, mas não têm, para já, muito sumo por onde se possa espremer. Relativamente aos personagens, excetuando a principal, Marie Moreau (Jaz Sinclair), que desde cedo vemos donde vem e para onde quer ir, os restantes, por comparação, surgem como bidimensionais. Contudo, para o fim desta leva de episódios, já se começam a ver alguns esboços das suas backstories, tornando-os mais interessantes, dando boas indicações para o que está para vir.

Gen V entretém, é uma incursão bastante válida neste universo de The Boys, assim como uma expansão muito pertinente e contemporânea. Vai buscar alguns pontos fortes que caracterizam a série de que deriva, ao mesmo tempo que tenta demarcar-se o suficiente para ser considerada original pelo seu próprio mérito. Não é perfeita, não acerta em tudo, mas entretém, intriga e apresenta aqueles momentos de puro “o que acabámos de ver?”, que era o que se pedia. Terá algumas dores de crescimento, mas tem uma temporada inteira para provar o que vale. Vou acompanhar até ao fim, quero ver onde a história nos leva e que mais momentos de surpresa nos reserva.

Podes acompanhar Gen V na Prime Video. Já estão disponíveis os três primeiros episódios e os restantes cinco sairão semanalmente, todas as sextas-feiras.