Para concluir o mês do orgulho, a Netflix apresenta-nos a sua nova série, Glamorous, protagonizada por Miss Benny (Guidance), Kim Cattrall (Sex and the City) e Graham Parkhurst (Sex/Life), que nos apresenta um elenco recheado de personagens queer e uma história carismática e que facilmente consegue cativar o espectador.
Este primeiro episódio de Glamorous apresenta-nos Marco Mejia, que tem paixão por maquilhagem e que sonha tornar-se influencer, filmando vídeos de tutoriais para publicar nas suas redes sociais, mas que ainda não se manifestaram com sucesso suficiente para que alcance o seu objetivo. A vida de Marco transforma-se quando a ex-supermodelo e atual empresária Madolyn Addison vê potencial e contrata Marco para ser seu assistente. A primeira parte do episódio, apesar de relativamente calma, é capaz de mostrar a personalidade carismática de Marco, sendo que tal personalidade se mantém ao longo de todo o episódio, mostrando o quotidiano de uma pessoa jovem, millennial, que ao longo do primeiro dia de trabalho faz diversos disparates, mas continua a lutar para conseguir manter o trabalho com que sempre sonhou.
O meu principal receio em relação a esta série é a forma como as personagens podem ser recebidas pelo público, pois apesar de se mostrarem carismáticas e interessantes também podem ser recebidas de forma negativa porque dá a ideia de que simplesmente pegaram em estereótipos normalmente associados à comunidade LGBTQIA+ para se criar as personagens (tanto em termos de personalidade como de figurino). Na minha opinião, a ideia não terá sido essa, mas sim apresentar os membros desta comunidade e, de certa forma, desmitificá-los, de modo a criar uma série que se tenta afastar de qualquer tipo de homofobia e preconceito.
O primeiro episódio de Glamorous mostra o potencial da série, sendo esta capaz de entreter o espectador e elaborando eficazmente uma narrativa que nos faz querer continuar a ver e investir tempo nos restantes nove episódios, de modo a ficarmos a saber o que irá acontecer na vida de Marco e se conseguirá finalmente alcançar os seus objetivos pessoais. A forma como a série se vai desenvolvendo compensa o pormenor de não conhecermos muitos atores que a integram e desta forma podemos apreciar o trabalho que estão a desenvolver.
Concluindo, Glamorous revela-se uma ótima escolha para o final do mês do orgulho por nos mostrar a diversidade que a comunidade LGBTQIA+ tem para nos oferecer, enquanto nos coloca num mundo da maquilhagem (que normalmente não é explorado em séries) e vemos a história de uma mera pessoa queer que irá a todo o custo vingar nesse mundo, enquanto lida com a pressão de ser a protegida de uma poderosa empresária (algo que não irá agradar a muitos, incluindo o filho de Madolyn).
Adicionalmente, pelo pouco que tive o privilégio de ver, a série parece ser constituída maioritariamente por artistas queer ou apoiantes da comunidade LGBTQIA+, tal como, por exemplo, Lady Gaga.
Por último, gostaria de agradecer à Netflix pela disponibilização de screeners, de modo a que tenha sido possível a publicação antecipada desta review. A 1.ª temporada da série já se encontra disponível, na sua totalidade, na plataforma.