Sam – A Saxon é a nova série alemã do Disney+. Criada por Chris Silber, Jörg Winger (Deutschland 83) e Tyron Ricketts, é baseada na história real de Sam Meffire (Malick Bauer), um homem negro a viver em Dresden, na RDA, em 1989, que se encontra dividido entre a lealdade para com a namorada, Antje (Luise von Finckh), uma ativista contra o regime comunista, e o seu futuro emprego na polícia de choque.

O episódio começa com um flash-forward de três anos, em 1992, mas parece ser como que um presságio do que o futuro terá reservado para Sam, visto que anos passam, mas Sam continua a correr, a fugir de algo ou a tentar alcançar algo, até terminar no 43.º minuto com uma das cenas finais de episódios mais bem conseguidas de que me lembro de ter visto.

Este Alien consegue agarrar o telespectador desde o primeiro minuto, contando de forma clara a sequência de acontecimentos que leva Sam a querer embarcar por um caminho que, muito provavelmente, nunca teria escolhido por vontade própria e a sua relação complexa e difícil com os alemães de tez branca, numa altura em que o racismo e a xenofobia estavam impregnados na mentalidade germânica nazi.

A fotografia é um dos elementos que mais sobressai na série, pela forma como consegue transmitir a essência da época em que Sam – Ein Sachse é passada e da qual a realizadora Soleen Yusef (Deutschland 89) conseguiu tirar bom proveito, transmitindo a humanidade, sofrimento e incertezas destas personagens baseadas em pessoas reais, aqui representadas por um elenco bastante homogéneo em termos de desempenho.

Tendo como base este primeiro episódio, só posso recomendar que vejas a série tanto pela parte visual, como pela história, o tema (que infelizmente se mantém bastante atual) e o elenco. Se estes argumentos não foram suficiente para te fazer dar uma oportunidade a Sam – Um Saxão e és daqueles/as que torce o nariz a séries em idiomas menos comuns, talvez se te disser que podes encontrar algumas caras conhecidas de outra produção alemã de sucesso, Dark, isso te faça querer dar uma espreitadela a esta série, que penso que vale muito a pena ver.