É a série do momento e mal estreou. Swarm, série de terror criada por Donald Glover e Janine Nabers, estreou na Prime Video e vem mostrar como o fanatismo e a idolatria de alguém pode levar aos extremos do ser humano.
A série conta-nos a história de Dre, uma jovem que desde criança é fanática pela cantora fictícia Ni´Jah. Neste primeiro episódio ficamos logo a perceber que Dre é obcecada pela cantora e é capaz de abdicar de bens mais importantes, como o dinheiro para pagar a renda da casa, para ir ver um concerto da sua cantora favorita. No entanto, se isto já era mau, vamos percebendo ao longo do primeiro episódio de Swarm que esta obsessão de Dre vai aumentar, o que leva a consequências drásticas para a sua vida.
Sem querendo revelar muito, gostei da ideia da narrativa. Esta questão do fanatismo é um tema que pode ser bem trabalhado e apesar de neste primeiro episódio as coisas ainda serem muito básicas, dá para perceber que a série vai ter uma abordagem pesada no que toca às consequências deste fanatismo e já tivemos na vida real consequências graves deste tipo de distúrbio, tal como sabemos por diversos casos mediáticos. Diz-se na internet que a cantora Ni´Jah poderá ser inspirada em Beyoncé. No entanto, apesar das referências às abelhas e ao estilo musical que partilham, não tenho informações concretas de que a história seja mesmo baseada na cantora. Para além desta referência, teremos na temporada a estreia de Billie Eilish como atriz, assim como outros nomes conhecidos como Paris Jackson e Rory Culkin.
A nível técnico, adorei a realização deste primeiro episódio de Swarm. Donald Glover fez um trabalho fantástico a nível de imagem e do que é comunicar através da mesma. Há vários momentos em que a imagem diz tudo. Não precisamos de diálogo nem de um ritmo acelerado. Aliás, as cenas estão muito bem montadas e dá para entender que houve toda uma preocupação com a estética das mesmas. A cinematografia é provavelmente a minha parte favorita do episódio. O jogo de luzes e o tom cinzento e dramático como vemos as personagens cria tensão e euforia ao mesmo tempo. Um pouco como a adrenalina que a personagem principal, Dre, se vai sentindo.
Apesar disto, devo dizer que não fiquei totalmente convencido pelo primeiro episódio de Swarm. Ainda não vi mais nenhum enquanto escrevo isto, mas achei que o argumento podia ter explorado mais a relação entre as irmãs Dre e Marissa. Sem querer revelar o que acontece, tendo em conta os eventos finais, achei que foi tudo muito precipitado. E apesar de o tom ser de terror, senti um pouco falta de veracidade na personagem Dre. Detesto criticar atores até porque não sei que tipo de direção lhe foi dada, mas achei a prestação de Dominique Fishback um pouco ‘vaga’ demais. A personagem não me agarrou. É sempre difícil criar empatia por alguém que faz coisas erradas, mas temos o exemplo de Dexter e de You, em que as personagens nos prendem. Achei Dre um pouco irritante demais. Talvez melhore nos episódios seguintes.
Dado isto, não consigo dizer que Swarm é uma série que me tenha deixado prendido ao ecrã. Gostei muito da parte técnica, mas continuo a achar que o argumento é mais importante e, nesse aspeto, para já fiquei desiludido. Os seis episódios de Swarm estão disponíveis na Prime Video e têm cerca de 30 minutos.