O primeiro episódio da nova série da Paramount+ (disponível em Portugal na SkyShowtime), Tulsa King, traz-nos a história de Dwight “O General” Manfredi (Sylvester Stallone). Depois de passar quase 25 anos na prisão, este sente finalmente o gosto da liberdade. Apesar de ser esfaqueado na prisão e da repetida pressão sofrida, manteve-se sempre calado e nunca disse uma palavra contra a sua organização. É de louvar, certo? Pelo menos, a sua “organização” deveria fazê-lo.

Antes da prisão, Dwight era um poderoso chefe da máfia, mas será que o mesmo se manterá agora que finalmente saiu? Rapidamente vais perceber que as coisas não acontecem como o esperado e ainda bem para nós! Dwight é mandado para Tulsa, Oklahoma, no oeste, longe de Nova Iorque e será aqui que toda a ação se passará.

Tulsa King teve um começo bastante interessante, não só devido à alta presença e carisma de Sylvester Stallone, mas também devido a todos os acontecimentos à sua volta, num mundo real que nada tem a ver com o qual “deixou” quando foi preso. Toda esta adaptação a uma nova realidade foi engraçada e acredito que continuará a sê-lo.

Este primeiro episódio de Tulsa King teve momentos tensos, de comédia (alguns quase absurdos), de ação e de dúvida ao mesmo tempo que toda uma nova história se vai tecendo até terminar com um ligeiro twist agradável de ver (será que teremos mais ao longo da temporada?). Ainda estamos muito no início para saber o que resultará daqui, mas se, pelo menos, a qualidade se mantiver, certamente teremos aqui uma série que vingará.

Há aqui algumas coisas que fazem lembrar séries como The Sopranos ou Lilyhammer (o que é normal, dado que Terence Winter também está envolvido): desde, claro, envolver máfia, até ao estilo de Dwight Manfredi e a todo o ambiente à sua volta, ao mesmo tempo acontecem algumas coisas estranhas que nos parecem impossível nos dias de hoje (pelo menos tendo em conta o contexto português).

Há momentos durante Go West, Old Man em que parece que toda a história de Tulsa King será sobre um homem que limpa uma cidade à sua imagem (cavalheiresca e um pouco à bruta); noutros, que se trata apenas do que acontece quando um mafioso aparece num lugar onde ninguém o espera e que tudo irá descambar; ou então sobre um homem que acha que pode ter tudo de volta tirando partido desta pequena cidade. Ou será, na realidade, uma junção destes três? Teremos ainda muitos episódios pela frente para ver do que realmente se trata, ao mesmo tempo que ficamos a imaginar qual será o seu próximo passo.

Em forma de resumo, todos sabemos que julgar o que uma série pode vir a ser apenas por um episódio é um pouco exagerado, mas uma hora de “don’t call me a gangster” em Tulsa King foi o suficiente para me deixar pelo menos intrigado. E, neste caso, intrigado é bom.