Como fazer a review de 1899, a nova série dos criadores de Dark, sem deixar escapar spoilers? Bem, é o que vais descobrir agora e o que eu descobri enquanto escrevia.
Baran Bo Odar e Jantje Friese voltaram a não desiludir neste primeiro capítulo, intitulado The Ship, deste novo quebra-cabeças que promete fazer-nos pensar e pensar e pensar até termos formulado todas as nossas próprias teorias, que são bem capazes de cair por água nos episódios que se vão sucedendo.
1899 foi filmada nos estúdios da Dark Bay, da Dark Ways, o estúdio de produção criado pelo casal, em que é utilizada uma tecnologia completamente nova que permite filmar com fundos virtuais de imagens reais pré-gravadas e que são projetadas como mundos 3D num ecrã LED à volta de um cenário real, parecendo assim mais autêntico do que um mero ecrã verde. Há cenas em que realmente parece que estão no meio do mar, há outras em que dá para perceber que não, mas há um elemento em todo o episódio que parece mesmo real: o vento… Sim, as cenas em que temos vento fazem-nos acreditar a 100% que estamos a ver um barco em movimento.
Em relação à trama do episódio, não posso dizer nada, pois tudo parece ser uma pista e temo que, se revelar algum pormenor ou interpretação minha, vá estragar toda a experiência, por isso só digo para teres atenção a tudo o que estás a ver e a ouvir, pois mesmo o mais pequeno pormenor pode vir a ser muito importante.
O elenco é internacional e ao longo do episódio vamos ouvindo várias línguas, desde o inglês, passando pelo alemão ou o dinamarquês e terminando no nosso português com a personagem de José Pimentão, Ramiro. É muito interessante ver esta diversidade e como todos estes atores têm desempenhos incríveis ao longo de todo o episódio.
A banda sonora original da série, mais uma vez com a assinatura de Ben Frost, continua a ser bastante boa, contra isso não há argumentos. O meu 4 em relação à música prende-se mesmo pelo genérico e pelas canções escolhidas, que não me parecem combinar muito bem com o ambiente da narrativa. De certeza que as letras terão o seu significado e não estarão ali por mero acaso, por isso espero que os próximos episódios me façam mudar de ideias em relação a este ponto.
The Ship é um bom “embate” com a série, dando-nos a conhecer a tripulação e os passageiros do navio. Se calhar “conhecer” não é a palavra mais correta, mas deixa-nos, sem dúvida, a pensar em quem são aquelas pessoas, que segredos escondem e o que estão realmente ali a fazer. O episódio conseguiu, ao mesmo tempo, deixar-nos empolgados por saber o que se vai passar a seguir e é isso mesmo que eu vou fazer agora: ver o segundo episódio, porque a curiosidade é muita.
Dito isto, quer já tenhas visto Dark ou não, deixa-te mergulhar nesta nova teia de intrigas e segredos que promete prender toda a gente ao ecrã durante estes oito episódios.
Aproveita e espreita a nossa entrevista aos criadores, Baran bo Odar e Jantje Friese, e a parte do elenco.