Vampire Academy – 01×01 – Pilot
| 20 Set, 2022
7.1

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Após um filme lançado em 2014 que não fez grande sucesso, chegou agora, através da plataforma de streaming Peacock, a adaptação em formato de série da saga literária, escrita por Richelle Mead, Vampire Academy, com este seu primeiro episódio. Como grande fã dos livros, sendo que já os li/reli no mínimo três vezes, as minhas expectativas para esta adaptação não podiam ser mais contraditórias, e após ver este primeiro episódio, o sentimento mantém-se.

Por um lado, não estava à espera de grande coisa, não só tendo em conta o quão fraco o filme foi, tanto é que não avançaram com mais nenhuma adaptação e a saga é composta por seis livros, mas também porque, sejamos honestos, normalmente as adaptações raramente conseguem fazer jus às expectativas dos fãs – já para não falar de uma das pessoa por detrás da adaptação da série, mais especificamente Julie Plec, uma das criadoras de The Vampire Diaries e The Originals -, mas por outro tinha esperança que aprendessem com o que não funcionou tão bem, tivessem em conta as diversas opiniões e expectativas dos fãs, e nos dessem uma boa adaptação.

No entanto, não acho que isso tenha acontecido. Que esta adaptação, em parte, é melhor que o filme, isso é um facto, e não é totalmente má, mas ainda assim sinto que não é de todo a adaptação que os fãs mereciam/queriam. O que é pena, pois havia bases, e oportunidades, mais que suficientes para tal, e até podiam ter seguido o exemplo de Shadow and Bone e Heartstopper, que a meu ver são excelentes adaptações.

É certo que as séries não se destinam somente aos fãs dos livros/graphic novels, e deve haver espaço para liberdade criativa, tanto é que há ligeiras alterações na história tanto em Shadow and Bone como em Heartstopper, mas quando se alteram coisas que são extremamente essenciais para o plot geral dos livros, que é o que acontece já neste primeiro episódio de Vampire Academy, torna-se bastante frustrante para nós, fãs. Não quero com isto dizer que a adaptação deve seguir taxativamente a história do livro, também é bom sermos surpreendidos ao longo da adaptação, mas uma coisa é mudar pequenos detalhes, ou até acrescentar histórias novas, outra é modificar totalmente plots que têm grande impacto na forma como toda a história é desenvolvida.

Mas do que trata efetivamente os livros/série? Ora, no mundo de Vampire Academy existem três tipos de criaturas – para lá dos humanos -, sendo eles os Moroi, os Dhampir e os Strigoi. Os Moroi são vampiros mortais, sensíveis ao sol, que conseguem manipular um dos elementos, sendo eles a água, fogo, terra ou ar. Não matam para se alimentar (caso isso aconteça transformam-se em Strigoi), recorrendo essencialmente a dadores humanos que se voluntariam para tal, dado a sensação de êxtase que a mordida proporciona.

Strigoi são vampiros “mortos-vivos”, extremamente rápidos e cruéis, que não suportam a luz do sol, e matam quase sempre as suas presas, ou então transformam-nas igualmente em Strigoi. Não é possível nascer Strigoi, sendo que ou se é transformado contra a vontade, ou deliberadamente se escolhe tornar um. São um grande perigo para os Moroi, e só é possível matá-los com estacas de prata.

Os Dhampir são fruto de um envolvimento entre um Moroi e um humano, o que lhes confere extra força, agilidade, reflexos mais rápidos e uma maior resistência. Por essa razão, normalmente são treinados para se tornarem guardiões dos Moroi, principalmente os que pertencem à realeza, a fim de os protegerem essencialmente dos Strigoi.

A par deste contexto, a história gira em torno de duas melhores amigas: Lissa (Daniela Nieves), uma Moroi que após a morte dos seus pais e irmão, num acidente de carro, torna-se a última descendente da linhagem real Dragomir, e Rose Hathaway (Sisi Stringer), uma Dhampir irreverente que pretende tornar-se, no futuro, guardiã da Lissa.

Nota: a partir daqui haverá spoilers tanto deste episódio, como dos livros.

Ao contrário do que acontece no primeiro livro, Rose e Lissa não fugiram da academia, mas sim Lissa, após a morte da sua família, sai da academia durante três meses. Ora, se eu não conhecesse o que está por detrás desta fuga, que durou dois anos, e as repercussões que esta teve tanto para a Lissa como para a Rose quando retornam à academia, já para não falar no impacto na história em geral; e se eu não conhecesse a relação da Rose e da Lissa, e o impacto que uma separação entre elas teria, independentemente de qual fosse o motivo (e isso também é visto num dos livros), estas mudanças no plot não me fariam efetivamente grande diferença. Contudo, este é um dos casos, referentes a alterações, que me deixou bastante frustrada. É certo que ainda pode vir a acontecer, isto é, elas ainda podem decidir fugir da academia, mas já não surtirá o mesmo efeito, principalmente porque já foram apresentadas outras personagens chave desta história, como é o caso de Dimitri (Kieron Moore) e de Christian (Andre Dae Kim).

Outra alteração que não me agradou muito foi o facto de, na série, ser a monarca que escolhe quem será o descendente ao trono (já para não falar que eu não sei o que é feito da rainha Tatiana Ivashkov, principalmente sabendo o quão determinante esta personagem é para a história dos livros). Tendo em conta a forma como os Moroi se regem, a quantidade de regras que existem para a eleição de um monarca, e o impacto que isso tem num dos livros, não compreendo muito bem esta mudança tão significativa. É certo que não se sabe até onde é que se vai adaptar a história, e vendo bem até pode ser uma decisão segura, mas ainda assim não custava nada ser um pouquinho mais fiel aos livros. Nisso, o filme consegue ser melhor.

Como se estas mudanças não bastassem, Sonya e Mia (Mia Mckenna-Bruce) são filhas de Victor Dashkov (J. August Richards), coisa que não se verifica no livro. Cada uma destes personagens desempenha um papel de extrema importância nos livros, pelo que não sei o que esta mudança implicará nesses plots. Especialmente porque não é feito referência à filha efetiva de Victor, no caso a Natalie, que por sua vez também era bastante importante para a história, o que me leva a crer que irão misturar/alterar ainda mais coisas. Algo que provavelmente também não me agradará muito.

Não quero com isto dizer que a série é totalmente má. Como série isolada, até tem potencial, e houve coisas que eu gostei. Agora se considero que é uma boa adaptação, para já, nem por isso. No entanto, tenho noção de que este é somente o primeiro episódio, e como tal muita coisa ainda pode acontecer, pelo que vou dar uma oportunidade aos restantes episódios.

7.1
7.5
Interpretação
6.5
Argumento
7
Realização
8
Banda Sonora

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