Chegou mais uma série do universo Star Wars e começo logo por dizer que Andor é totalmente diferente de tudo o que já vimos em Star Wars. Aproveito também para dizer que esta review é especial e engloba o três primeiros episódios da 1.ª temporada de Andor. Depois de ver, posso concluir que os três episódios funcionam juntos quase como um grande episódio de introdução e como saíram ao mesmo tempo, entendi que se justificava esta opção.
Para contextualizar, Andor segue a história de Cassian Andor, que conhecemos no filme Rogue One (aqui entre nós, o melhor filme de Star Wars desde que a Disney entrou em cena), e acontece cerca de cinco anos BBY, que na linguagem Star Wars significa que foi cinco anos antes da batalha de Yavin, que acontece no episódio IV da franquia. Neste momento temporal, onde ocorre a série, Cassian é um ladrão profissional que, como todos nesta altura, vivem sobre um regime intenso do Império Galáctico. Cassian acaba por matar dois oficiais, o que chama a atenção de um grupo de guardas do Império. Notem que a Galáxia é gigante e não dá para o Império estar em todo o lado, muito menos em planetas quase insignificantes como o de Cassian, daí que vemos esta empresa que assegura o domínio do Império, mas eles não são stormtroopers nem nada parecido. Resumidamente, Cassian é procurado e tem de fugir e é aí que ele se junta a Luthen Rael e mais tarde irá fazer parte da aliança rebelde como vimos no filme.
Mas vamos lá falar do que eu achei desta abordagem. Assumo que quando comecei a ver o episódio fiquei um pouco perdido. Onde estão os lightsabers? Onde estão os Jedi? O ritmo é lento e a dada altura parecia que não estava a ver Star Wars. E foi aí que eu percebi que era isso que ia fazer esta série funcionar. Esta série é a menos Star Wars dentro de Star Wars e está tudo bem! Cassian é um rapaz normal, que foi adotado depois do planeta dele ter sido dado como inabitável e vive a roubar e a fazer pequenos delitos para pôr comida na mesa. Cassian é um homem a lutar para sobreviver durante a ditadura do Império e essa normalidade que vemos nestes episódios, esta falta do fantástico, remete-nos exatamente para o que é a alma desta série e de Rogue One. Tu não precisas de ser um Jedi ou de ter uma arma super mega incrível para fazer a diferença. Cassian é um dos grandes heróis da aliança rebelde. Luke nunca teria conseguido ser o herói que a Galáxia conhece se não fosse o sacrifício de Cassian e outros. É isto que a série nos vem mostrar, esse lado mais humilde de proteger o que é nosso como se vê na cena onde os habitantes tentam defender Maarva dos oficiais. Estas pessoas são humanas e são a alma da rebelião. Afinal, sem que eu percebesse, estava a levar uma chapada de luva branca. Isto é a alma de Star Wars!
Quero dar nota dos cenários lindos que vemos. Tudo muito bem construido, alguns espaços com luzes neon a fazer lembrar Blade Runner e tudo muito na mesma linha do que vimos em Rogue One. Diego Luna faz muito bem de Cassian. Apesar de ele ser um bandido que faz o que tem de fazer para sobreviver, conseguimos ver a sua bondade e o quanto ele quer fazer o bem. O próprio conflito entre os oficiais é muito interessante e bem explorado. Uns querem atirar os problemas para debaixo do tapete e outros querem mostrar serviço e existem situações engraçadas entre eles. Também é interessante vermos os flashbacks e os paralelos de Cassian na infância quando viu a sua irmã pela última vez e agora. Foi algo bem explorado.
Acho que falei de tudo o que queria, pelo menos dentro do possível. Andor não é nada que tenhas visto em Star Wars e isso é a melhor parte disto tudo. A outra boa parte é que, temos mais nove episódios à espera e mais 12 numa 2.ª temporada. Estes três primeiros episódios lançaram e de que maneira Andor e mal posso esperar para ver mais sobre os primórdios da Aliança Rebelde. Parabéns à Disney e a todos os envolvidos por terem arriscado em fazer algo diferente. Valeu a pena!