Estreou na quinta-feira, no Disney+, um original da Hulu intitulado Mike, uma biografia de oito partes que nos vai contar a vida de Mike Tyson e todas as controvérsias, loucura e tragédias que a acompanham.
O primeiro episódio (assim como os restantes) desenrola-se ao longo de aproximadamente 30 minutos e é o próprio Mike Tyson (personificado por Trevante Rhodes) que nos conta a sua história no seu One-Man Show no Teatro Majestic, em 2017 (algo que aconteceu mesmo e foi aproveitado pelos criadores). A narrativa sofre vários saltos temporais que nem sempre têm um seguimento lógico, mas que seguem o pensamento disperso de Mike Tyson (que nem sempre é straightforward na linha temporal), voltando sempre ao teatro.
O que o criador Steven Rogers e os seus argumentistas fizeram neste primeiro episódio foi pegar numa história complexa sobre um homem complexo e que teve que lidar com as suas tendências violentas em vários estádios da sua vida num rolo de Greatest Hits de Mike Tyson e parece-me que será assim ao longo de toda a minissérie.
Dá a sensação que, ao quererem contar a história da sua vida em apenas uma temporada, toda a narrativa se desenrola a um ritmo demasiado rápido e sem qualquer análise profunda e real dos altos e baixos da vida de Tyson. No entanto, este drama com um toque de dark comedy tem algo que nos mantém interessados. Talvez seja a maneira/tom como os acontecimentos são relatados, a performance de Rhodes ou apenas ver onde isto nos vai levar.
A banda sonora bem selecionada e cronometrada com o acompanhar dos acontecimentos pode ser um bom mote para uma exploração agradável de Mike e da sua biografia, que vai desde a sua ascensão à fama, a sua queda da graça e, por fim, a sua redenção. Veremos para que lado a série da Hulu vai pender: se para o do sucesso, tal como Mike, ou se para apenas mais uma no meio de tantas que existem hoje em dia.