Estreou na última quarta-feira o primeiro episódio de Cuba Libre, a nova série da RTP1 que parece prometer-nos bons momentos.
Esta é uma adaptação da obra A Filha Rebelde, de José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, e mostra-nos a história da filha do último diretor da PIDE que se apaixonou por Che Guevara. Mais uma trama da mulher revolucionária que rompe com as normas sociais. Porém, esta é inspirada em acontecimentos reais, pelo que ganha uma outra relevância.
Somos presenteados com mais uma série histórica e que bom que assim é. A história todos conhecemos, mas as pequenas histórias que nela habitam pouco ou nada são contadas. Esta série é a oportunidade perfeita para tornar pública a esfera privada de uma figura cuja vida, de outra forma, nunca passaria de mais uma história oculta, oferecendo mais um testemunho da oposição às visões tipicamente conservadoras.
A narrativa é-nos contada de modo cronológico, tendo início no ano de 1958. Porém, conta com algumas analepses que nos projetam para um dado momento do passado, e prolepses, que nos transportam para momentos futuros, deixando em aberto acontecimentos da trama cuja ligação será fundamental para chegarmos ao tão esperado encontro que muda a vida de Annie. Isto é bom, porque pode servir para aumentar a curiosidade do espectador. Ainda assim, senti falta de alguma peripécia maior que me deixasse realmente agarrada ao episódio, mas nem por isso tenho menos vontade de continuar a seguir a série.
Não poderia terminar esta review sem antes apontar para a cena inicial, em que Annie concorre para ser eleita a próxima Miss Piscina Praia. Pareceu-me uma ótima cena de abertura que, com as suas cores expressivas, capta a atenção dos espectadores e é, talvez, uma primeira representação do espírito livre e aventureiro da mulher que estamos prestes a conhecer.
*Os créditos da imagem pertencem à HOP! – Films