O episódio piloto de Pistol chegou até nós no passado dia 31 de maio e começa com um rapaz triste, solitário, mas charmoso, chamado Steve Jones (Toby Wallace) que tenta provar que é mais do que o seu molestador lhe diz que é (como se poderá ver ao longo deste episódio). Tudo o que nos vai ser contado aqui pelo FX e Hulu é de origem histórica/biográfica, tendo por base o livro de memórias de Steve Jones de 2017.
Este série é, mais que não seja, interessante para mudar algumas mentes que, antes de estes seis episódios verem a luz do dia, conheciam os elementos dos Pistols como sendo apenas jovens selvagens com uma natureza destrutiva. Na verdade, muitos deles eram da classe trabalhadora e/ou completamente pobres e o sofrimento que eles e os seus pais passavam para sobreviver não é uma vida que dê a alegria de viver. No entanto, tendo em conta o contexto em que estavam envolvidos, conseguiram ultrapassar todas estas adversidades e transformar-se numa das bandas mais conhecidas do Reino Unido.
No episódio piloto, Pistol fez um bom trabalho ao estabelecer o período de tempo e o clima enquanto a banda sonora é também ela bastante agradável e nostálgica. Todos os atores interpretaram bem as personagens (ao estilo da série, claro) ao mesmo tempo que estão muito bem caracterizados e vestidos. A época de 1970 está aqui portanto muito bem representada e vistosa.
No entanto, e apesar de na sua maioria a série valer a pena ser vista, devido a algum excesso de dramatização e ficcionalização, a história acaba por parecer um pouco de fachada e feita para ser sensacionalista em deterioramento do realismo, passando um pouco por cima das coisas desagradáveis e dos factos que realmente importam.
Não sei se esta dramatização exagerada foi apenas uma escolha para o primeiro episódio de maneira a prender os telespectadores. O que não é mal pensado, mas espero sinceramente que este exagero seja moderado ao longo dos cinco episódios que faltam.
Em termos de história, ainda não foi mostrada muita coisa sobre a banda Sex Pistols; apenas se centrou quase e apenas em torno de Steve Jones e da sua difícil vida. Houve apenas alguns relances sobre a banda, principalmente na parte final, que nos deixam com vontade de ver mais.
Os Sex Pistols foram uma banda nascida da raiva. No entanto, Pistol foi uma série feita com amor; logo, a combinação aqui proporcionada será sempre um pouco estranha. Dito isto, acho que Pistol vale a pena ser degustada até ao fim. Como nota final, gostaria de dizer que também podemos ver aqui Maisie Williams a interpretar o ícone punk Jordan e Thomas Brodie-Sangster como Malcolm McLaren.