The Hot Zone: Anthrax estreou no passado dia 28 de novembro na National Geographic. À semelhança do que aconteceu na 1.ª temporada, esta traz-nos uma nova possibilidade de epidemia, mas em vez de ser o Ébola (nome muito mais sonante) é sobre o antraz e como ele se começou a espelhar poucas semanas, meses e anos após o 11 de setembro. Será que as mesmas pessoas estão por detrás dos dois acontecimentos? É o que iremos tentar descobrir.
Confesso que foi estranho assistir a este episódio depois da 1.ª temporada. Talvez porque essa foi baseada no fascinante livro de Richard Preston com o mesmo nome ou por o contexto desta nova temporada ser ligeiramente diferente. Não é tanto sobre a infecção, mas sobre o medo de a mesma poder acontecer e espalhar-se. Aliás, nestes primeiros 40 e poucos minutos não se falou praticamente nada sobre os aspetos da doença ou sobre como se espalha, mas mais sobre como isto aconteceu.
Acredito que o resto da temporada siga muito este padrão, o que, apesar de não ser mau, foge muito ao que vimos anteriormente. Em vez da combinação visceral de terror/medo e trivialidades da biologia da doença que foi a 1.ª temporada, The Hot Zone: Anthrax é um jogo não muito bem estruturado de gato e rato entre o governo e a possibilidade de terrorismo.
Senti que não consegui entrar tão bem na história como entrei da outra vez, tendo dado para sentir verdadeiramente o medo, angústia ou até alívio das várias personagens, por vezes. Na realidade, agora não senti grande coisa. O episódio foi apenas interessante para perceber mais algumas coisas sobre o que se passou em 2001 e como tudo isto começou (se é que pode ser realmente fiável).
Os personagens (sendo as principais interpretadas por Daniel Dae Kim e Tony Goldwin) para já também ainda não se revelaram muito, o que não permitiu criar grande empatia por nenhum deles.
Para concluir, é garantido que vou ver a temporada até ao fim porque tenho interesse nestes assuntos, mas acredito que não está aqui nada que vá revolucionar/impulsionar este género de séries, mas revisitar essa história acaba também por colocar o presente em relevo. Talvez um dia vejamos um The Hot Zone: COVID-19.
Filipe Tavares