[Pode conter spoilers]
A Rapariga de Oslo (Bortført, no original) é a nova aposta da Netflix e trata-se de uma produção conjunta entre a Noruega e Israel. A trama centra-se em Alex, uma diplomata norueguesa que viaja até ao Médio Oriente para encontrar a filha, que partiu para Israel sem nada dizer à família. No entanto, na realidade, Pia encontra-se no Egito, onde foi raptada pelo ISIS. Estava eu, portanto, à espera de encontrar uma série como Kalifat, mas esta acaba por ficar aquém da produção sueca e das minhas expectativas também.
A premissa é bastante interessante, mas a execução acaba não resultar muito bem. A trama tinha todos os ingredientes para ser envolvente, mas dei por mim distraída ao longo do episódio, que é bastante curto para uma série deste género, com menos de 40 minutos. O tema do terrorismo nunca perde a relevância e temos a luta de uma mãe para salvar a filha, dois países a debaterem-se com as exigências dos membros do ISIS, mas falta qualquer coisa que provoque aquele clique e torne A Rapariga de Oslo especial. Ainda por cima, tivemos um twist meio à novela, se bem que o final do episódio também deixou uma certa curiosidade para saber o que vai acontecer.
Não há nada de verdadeiramente memorável na série, a não ser as interpretações. Anneke von der Lippe (da série Atlantic Crossing) é absolutamente extraordinária no papel de Alex, como tão bem nos mostrou a cena em que a personagem descobre o que aconteceu à filha. Aquele nível de emoção crua que transmite de uma forma tão simples, enquanto vê as imagens que estão à sua frente é qualquer coisa, principalmente porque Pia está também a chorar e a cena parece tão… completa! Depois temos também a Dana de Rotem Abuhab, que tem muito menos tempo de ecrã, mas também causa uma impressão muito duradoura e transmite uma imagem muito genuína.
Só é pena que a série não tenha conseguido entregar uma história verdadeiramente cativante, porque há aqui bastante potencial e não descarto que possa melhorar e gerar mais interesse nos próximos episódios. No meio de tantas opções que há, não fiquei com muita vontade de continuar a ver. No entanto, também não desaconselho, pois não se trata de uma série má. Se ficaste com curiosidade, espreita!
Diana Sampaio