[Não contém spoilers]
No geral, tenho feito elogios às séries que espreito no Globoplay, mas com Perrengue o meu discurso tem que ser bastante diferente e bem mais crítico. A série estreou em 2017 e é um original da MTV Brasil, mas está agora disponível na plataforma de streaming.
Antes da crítica, acho que devo explicar o significado da palavra perrengue, que para os portugueses não será nada familiar. O dicionário aponta vários sentidos informais, mas só um deles me parece fazer sentido no contexto da série: “situação complicada, embaraçosa ou de difícil resolução”.
Para começar, tenho que dizer que o episódio piloto me deu sono desde o início. Isso nunca é bom sinal, mas há outros defeitos relevantes. Para já, a série é classificada como drama, mas não parece enquadrar-se nada. Depois, temos um problema algo grave de falta de história e estrutura. No centro da trama temos três jovens, melhores amigos. Dois deles, Pérola e Miguel, vão viver juntos num casarão que precisa de uma remodelação. Depois vemos o pequeno grupinho numa exposição de arte, onde Pérola tem um dos seus quadros em exibição, e segue-se uma festa no casarão. Basicamente é isto. Não consigo retirar mais daí, a não ser que valha a pena referir que há algum consumo de álcool, de droga e envolvimentos amorosos pelo meio.
Não acho que tenha havido uma preocupação em estabelecer a história que a série se propõe contar e, portanto, o episódio resulta numa série de momentos que se seguem uns aos outros, mas sem ser mais do que isso. É certo que Cadu é um engatatão, Miguel tem alguns problemas de comunicação com a namorada e Pérola, bem, nem sei, mas… Pareceu-me insuficiente quando o objetivo de um primeiro episódio é agarrar o espectador ao ecrã de forma a que queira continuar a ver. E eu não quero.
Nem 30 minutos de episódio foram, mas pareceu-me muito mais, sem personagens marcantes, sem o drama que era suposto e sem piada nenhuma também… A série revela-se leve demais para se enquadrar no género ao qual diz pertencer. Os atores não são maus, mas não podem fazer grande coisa com um argumento absolutamente desinteressante. Sinceramente, não posso dizer que aconselhe esta série!
Diana Sampaio