[Pode conter spoilers]
A nova série da Peacock, The Girl in the Woods, conta com um primeiro episódio, The Guardian, cheio de emoções e símbolos misteriosos que nos vão certamente deixar curiosos.
The Girl in the Woods segue a história de Carrie (Stefanie Scott), uma rapariga que abandona a comunidade religiosa em que vive no nordeste do Pacífico para fugir a algo. No entanto, esse algo é-nos desconhecido, muito provavelmente, até ao fim da temporada. Entendemos que existe uma entidade que se assemelha, possivelmente, a uma figura mitológica ou a uma espécie de demónio, que persegue a jovem desde o início do episódio. Contudo, não há nada que saibamos em concreto, a não ser que esta “figura” aparenta ter raptado a prima de Nolan (Misha Osherovich), um rapaz que vive na cidade mais próxima da comunidade e que Carrie vai, posteriormente, conhecer.
O problema com The Girl in the Woods é não ser nada de novo, nem diferente. The Guardian fez-me lembrar a série Locke & Key e o filme The Ritual (2017) com um toque inquestionável de The Blair Witch Project (1999). Espero estar enganada, mas foi esta a ideia com que fiquei. A verdade é que este tema de culto, portas secretas e florestas assombradas parece sempre funcionar.
Ao longo deste primeiro episódio, vemos Carrie a agir em três principais momentos: no primeiro, quando a conhecemos, apercebemo-nos de que está a fugir de algo ou alguém; no segundo vemos a forma como tenta integrar-se na sociedade ao deixar-se ser ajudada por uma rapariga de nome Tasha (Sofia Bryant); no terceiro vemo-la a fazer parte das buscas para encontrar Lumi (Lily Jane), a prima desaparecida de Nolan, o rapaz que conhece através de Tasha.
Parece-me, tendo em conta a forma como o episódio termina, que os três adolescentes se vão unir para, a todo o custo, encontrar Lumi. Portanto, a trope de amigos que se juntam para desvendar um segredo ou um crime vai, claramente, estar presente em The Girl in the Woods. É evidente desde o início que Carrie está a esconder algo relacionado com a sua comunidade e a que todos optam por chamar culto misterioso. No entanto, não nos é claro o que possa ser: sabemos apenas que a comunidade de Carrie se assume como defensora do mundo e protetora dos males que pairam por detrás de portas espalhadas pela floresta.
Sinceramente, não me parece que vá sentir necessidade de acabar de ver esta série. Apesar de cativante, parece-me ser igual a tantas outras que todos já conhecemos e vimos. The Girl in the Woods conta a história de uma jovem, de um culto e de uma floresta que promete desvendar os segredos mais bem guardados daquela terra. Se vale a pena ver? Talvez. Esperemos que os segredos que se escondem por detrás daquelas portas e daqueles símbolos sejam suficientemente interessantes e que façam tudo valer a pena.
Inês Ribeiro