[Não contém spoilers]
A nova série da FOX tem a dança no centro da história, mas também aposta muito no tema das segundas oportunidades e da perseguição de sonhos. As minhas expectativas em relação a The Big Leap eram zero, mas o episódio piloto superou as expectativas, ainda que tenha vários defeitos.
Descrita como comédia dramática e musical, a série centra-se num grupo de pessoas, todas dançarinas amadoras, que tentam a sua sorte ao fazer audições para um reality show, no qual os escolhidos terão a oportunidade de fazer parte de um remake de O Lago dos Cisnes, o famoso bailado de Tchaikovski. Temo que esta componente do reality show possa ser a perdição da série, porque já é percetível que os produtores e responsáveis pelo programa de dança estão à caça de drama e de escândalo e aquilo que realmente interessa, como o talento e o dar uma oportunidade a quem não teve direito a nenhuma, pode ficar para segundo plano.
Preocupa-me também o facto de a série ter muitos personagens, alguns interpretados por nomes conhecidos do público, como Scott Foley, Piper Perabo e Teri Polo. Um elenco grande dispersa muito as histórias e não permite um verdadeiro foco e também já se consegue perceber isso. No entanto, o maior problema neste aspeto é que só houve realmente uma história que me interessou e umas três ou quatro personagens de quem gostei e que acho que têm potencial. O resto não só não traz nada de novo, como não capta a menor atenção.
Vejo, contudo, bastante potencial em Gabby (Simone Recasner), que acaba por ser a personagem central. A dança era para ser a vida dela, mas esse sonho foi adiado. Digo adiado porque não tenho dúvidas de que Gabby vai conseguir grandes coisas. É fácil gostar dela porque é genuína, relatable e interessante em todos os aspetos. Foge ao protótipo daquilo que vemos numa protagonista, tem uma família fofinha, acabou de recuperar uma ligação com uma pessoa do seu passado e adivinha-se também um desenvolvimento na sua relação com Reggie, com quem já se nota uma química muito boa.
Não há dúvida de que Justin (Raymond Cham Jr.) é o melhor dançarino do grupo e não dá para não ficar amazed com as suas capacidades, mas talvez os outros só precisem de um pouco de tempo para mostrar tudo aquilo de que são capazes. Se tal se verificar, The Big Leap tem tudo para ser uma grande série no que à dança diz respeito. Em termos de banda sonora, a exigência é grande para uma série deste tipo e o objetivo foi cumprido. Parece-me que as melhores perspetivas que The Big Leap tem para alcançar o sucesso é junto de um público que gosta realmente de dança, mas também não me custa a acreditar que consiga chegar a outro tipo de espectadores, porque tem ali qualquer coisa. Vamos ver se sobrevive ao ano de estreia!
Diana Sampaio