[Não contém spoilers]
A incrível Sandra Oh volta aos nossos ecrãs com The Chair, uma nova comédia dramática da Netflix que segue Ji-Yoon, uma professora universitária que se vê pela primeira vez no cargo de diretora do departamento de Inglês de uma das maiores universidades do país. A personagem vai lidar com as expectativas de ser a primeira mulher de cor na posição, além de ter de arranjar maneira de resolver os inúmeros problemas já presentes no departamento.
Gosto muito de séries passadas em universidades e The Chair é capaz de retratar o ambiente académico na perfeição. Neste caso, é muito interessante conhecer a perspetiva dos professores e da direção universitária, uma realidade a que não estamos muito expostos em televisão. Neste primeiro episódio são explorados temas como a diferença geracional entre professores e alunos, a falta de orçamento e corte de pessoal e também a liberdade de expressão neste meio.
A série faz um balanço muito bom entre a comédia e o drama, já que consegue explorar assuntos muito sérios e relevantes, nunca deixando de lado o humor. Sandra Oh faz um papel incrível como protagonista, criando uma personagem extremamente carismática e divertida. Se viste Killing Eve, a personagem é bastante parecida com Eve, a personagem que a atriz interpreta. Tive até alguma dificuldade em abstrair-me desse facto quando comecei a ver o episódio.
Com apenas seis episódios de 30 minutos, a série consegue abranger uma série de tópicos interessantes, tanto na vida profissional de Ji-Yoon com todos os desafios da sua nova posição, como na sua vida pessoal, especialmente tocando no facto de ter um pai coreano e uma filha adotada que já não tem as mesmas raízes culturais e de língua. É impossível não torcer desde o início pela personagem, que está um pouco perdida nestes dois campos da sua vida.
Recomendo muito The Chair para uma sessão de binge-watching, pois a duração total da temporada são apenas 3 horas. Com um bom elenco, um guião divertido, mas pertinente, e uma Sandra Oh que nunca desilude, garanto que vão ser umas horas bem passadas.
Ana Oliveira