O primeiro episódio da nova série sueca, Young Royals, disponibilizada pela Netflix, promete ser um dos próximos grandes fenómenos da plataforma, e assegura deixar todos curiosos.
Gossip Girl meets Élite meets Riverdale, mas melhor, menos excêntrica, e com personagens bastante mais realistas. Colégios privados, famílias reais, dilemas, comunidade LGBTQ+, amizades improváveis e amores proibidos encontram-se para dar origem a uma nova aventura televisiva, que promete deixar a ânsia e o entusiasmo no ar.
O primeiro episódio de Young Royals começa com Wilhelm (Edvin Ryding), adolescente e príncipe por natureza (contrariamente aos seus desejos), a envolver-se numa luta que, durante momentos, se pensou ser capaz de manchar a imagem da casa real sueca. Após alguma deliberação e um pedido de desculpas em direto ao país por parte do herdeiro ao trono, toma-se a decisão de o colocar no colégio interno Hillerska, onde completará os três anos de ensino que tem em falta.
Desde logo vemos que Wilhelm tem alguma dificuldade em adaptar-se ao novo colégio, às pessoas e hábitos: nota-se uma inclinação por parte do príncipe para simpatizar com alunos de classes mais baixas (e percebe-se que, posteriormente, sofrerá com isso), faz-se também sentir uma ignorância face aos costumes e tradições do colégio e, claramente, um desequilíbrio emocional causado, muito possivelmente, pela responsabilidade real e pelo stress que dela advém.
Mais adiante, através de relações que Wilhelm vai estabelecendo, é-nos dado um vislumbre mais concreto à sua personalidade e essência. Simon (Omar Rudberg), Felicie (Nikita Uggla) e August (Malte Gårdinger) são apenas algumas das pessoas com quem o jovem se vai cruzar, e é certo que, de uma maneira ou de outra, irão ser elementos de extrema relevância para mudanças radicais na sua vida.
É evidente, desde o momento em que se conhecem e cruzam olhares na cerimónia de boas vindas, que Wilhelm e Simon vão construir uma relação de proximidade. Contudo, a grande questão que se coloca é a seguinte: será a química que aparentam ter um enorme acaso, ou será que estamos a assistir ao desenrolar de uma relação homossexual por parte de um membro da realeza sueca? Será que toda a rebeldia por parte de Wilhelm esteve e está relacionada com este segredo que tanto teme e aparenta esconder do mundo?
Existe um remédio santo e eficaz, caso queiramos obter a resposta a esta(s) e outras questões que vão surgindo ao longo do episódio: é verão, os fins de semana são mais descontraídos e as noites mais longas, porque não um binge-watching daqueles que nos deixam os olhos a arder e dos quais nos arrependemos na manhã seguinte por termos dormido menos de cinco horas?
Numa espécie de padrão narrativo, de personagens e cenários, Young Royals dá-nos um conforto e uma sensação de familiaridade oriundas de experiências com histórias e enredos semelhantes num passado tanto próximo, como longínquo. A Netflix promete, mais uma vez, deixar os seus utilizadores sedentos e à espera de mais.
Inês Ribeiro
NOTA: Young Royals é a escolha da colaboradora do Séries da TV, Cármen Silva, para sugestão do mês de abril de 2024!