[Não contém spoilers]

A adrenalina e o desespero são aliados contra o medo no piloto de Panic. Nesta cidade rural e pobre do Texas é preciso atingir o impossível para conseguir sobreviver. A história que se centra à volta de Heather (Olivia Welch), inicia-se com um poderoso opening image de um funeral, envolto em muito mistério e secretismo, de dois jovens de secundário. Cedo percebemos ser um assunto que perturba a comunidade da cidade de Carp, e que poderá não ser um caso isolado.

Panic acompanha o género, e já clássico, americano de produções que mostram o ano de finalista (“senior year”), e os desafios que o mesmo acarreta, sobretudo para aqueles que não têm bolsa de estudo ou meios para pagar o curso universitário. O piloto de Panic revela-nos que a história não tem um enredo particularmente interessante, havendo uma preocupação excessiva em tentar enquadrar todos os detalhes e backgrounds da cidade, e sobretudo da personagem principal, Olivia. O que faz com que haja muitos tempos “mortos” durante os primeiros minutos, contrastando com outras partes do episódio em que a carga dramática e enquadramento do “acontecimento” Panic é muito bem executada.

Panic é um concurso que consiste num conjunto de eventos que pretendem testar os limites dos seus concorrentes, pondo-os constantemente em situações de risco, em troca de grandes recompensas, que para muitos são a única forma de sonhar com uma vida fora de Carp.

A todos os apreciadores do estilo liceal, esta poderá ser uma interessante adição a outras séries que já tenham visto. A componente do concurso, traz um efeito dramático e conflitual extra, não havendo tanto as habituais disputas de corredor ou de fama, típicas de outras produções deste género. A série foca-se nos acontecimentos e vida dos intervenientes fora da escola e na sua capacidade de resiliência, não só no desempenho das suas funções no concurso, mas sobretudo na forma como conseguem ocultar a existência do mesmo para os restantes habitantes da cidade.

Diogo Gouveia