[Não contém spoilers]
Traces (em português, Prova de Vida), que estreou no passado dia 31 de março na RTP2 e tem o seu primeiro episódio disponível na RTP Play até dia 7, conta-nos a história de Emma e do seu regresso à sua terra natal, a Escócia, anos após o assassinato não resolvido da sua mãe. Ela está de regresso porque conseguiu um trabalho como nova assistente de laboratório no Instituto Escocês de Ciência Forense e Anatomia.
Confesso que fiquei entusiasmado com esta série porque pareceu, à primeira vista, uma série com uma boa história e com um enredo potencialmente bom e com qualidade. Mas será que estiveram a altura do prometido? Bem, o episódio começa a um ritmo lento (e acaba tal como começou) e com alguma quantidade de coincidências que exigem quase que se suspenda a realidade. Há no entanto alguns conceitos abordados interessantes e a maneira com são explicados/descobertos também é bem explicada e cativante (para quem gosta de aprender coisas novas é sempre bom).
Há neste primeiro episódio de Traces um incêndio a ser investigado e acredito que no final de contas estará de algum modo ligado à história da morte da mãe de Emma. Mas será que vai ser mesmo assim? E se for, como será possível que os casos estejam ligados? O que será que realmente aconteceu à mãe dela? Quem será que esteve envolvido? Alguém próximo? Tantas perguntas e tão poucas respostas! Custou-me acabar o episódio, confesso, mas sou persistente e acho que no fim talvez valha a pena.
Como já dei a entender, senti que este primeiro episódio não revelou o suficiente sobre os personagens para nos deixar realmente a querer saber mais da história e do seu futuro e ao mesmo tempo torná-los interessantes e relatable. Para além disto, achei algumas interpretações um pouco instáveis (aquém do esperado) em certas partes. Jennifer Spence, por exemplo, não esteve muito bem nas cenas em que apareceu, parecendo sempre um pouco desajustada do ambiente e do tópico em que estava inserida e faltou a Molly Windsor mais emoção e mais envolvimento em certos momentos que o justificavam claramente.
No entanto, espero que com as apresentações fora do caminho, a partir do próximo episódio, as coisas comecem a correr melhor e possamos ver mais sobre a essência desta história. Que venha o crime não resolvido e intrigas com suspense até ao fim! De salientar a presença de Laura Fraser (já não a via desde Breaking Bad) e da atriz portuguesa Joana Borja (que fez de Lola na 2.ª temporada de Morangos com Açúcar, se bem que confesso que não me lembrava dela!).
Filipe Tavares