[Pode conter spoilers]
Made For Love é a nova série de comédia negra da HBO Max. O primeiro episódio de Made For Love conta a história de Hazel (Cristin Milioti) e é baseado no romance com o mesmo nome, de Alissa Nutting, uma das criadoras da série, juntamente com Dean Bakopoulos e Patrick Somerville.
Made For Love conta, então, a história de Hazel, uma mulher aparentemente feliz que vive com Byron Gogol (Billy Magnussen), um empreendedor de novas tecnologias sádico e intrigante ao mesmo tempo, que está a desenvolver uma nova fórmula que vai revolucionar as relações humanas. No decorrer do episódio começamos a perceber que Hazel não está de todo feliz com a sua situação e quer abandonar esta vida de trophy wife que tem neste momento. Hazel acaba por fugir da casa onde vive com o marido, mas descobre que tem implementado nela um dispositivo que informa o marido da sua localização exata.
Com 29 minutos, o primeiro episódio de Made For Love acaba por ter um argumento parecido com a último êxito da Netflix – The One -, pois parte da premissa tem a ver com uma tecnologia que nos faz partilhar os pensamentos com o nosso parceiro, em que cada um tem um chip implementado na cabeça e a partir daí as relações estarão a um outro nível. A diferença acaba por ser o facto de no primeiro episódio de Made For Love o tom não ser de todo dramático, tentando ser de comédia com um lado negro.
O grande vencedor deste primeiro episódio de Made For Love acaba mesmo por ser a sua banda sonora. Transmite uma vibe interessante, tanto à série como ao argumento em si. A música escolhida obriga o espectador a ficar colado ao ecrã, o que numa série de comédia não costuma ser comum.
Este primeiro episódio, deixa, no entanto, muitas questões por responder sem se perceber muito bem como Hazel e Byron se tornaram um casal; qual é o objetivo de Byron e as implicações em Hazel. Como espectadora senti demasiados buracos na construção da história, pois avança e recua no tempo com muita rapidez e por vezes perdemo-nos no tempo.
Made For Love acaba por ter um primeiro episódio com algum impacto no espectador, pois demonstra um possível futuro, tecnologia futurista e até pontuações a orgasmos, mas por outro lado tudo parece estranho e esquisito. Com um elenco conhecido do público por séries como Black Mirror ou Tell Me a Story, incentiva os espectadores a continuarem a ver nem que seja para esclarecer as muitas dúvidas que ficaram no ar.
Margarida Rodrigues Pinhal