[Não contém spoilers]
O piloto de La Unidad mostra-nos os bastidores dos dois lados das “trincheiras”: jihadistas vs. unidade especial antiterrorista numa megaoperação que envolve quatro cidades, em contrarrelógio para deter o líder desta organização, e que pode pôr em perigo o mundo inteiro.
Esta série é inspirada em factos verídicos e relata-nos algumas das principais ações no terreno na captura de figuras influentes e desmantelamento de redes radicais jihadistas. Carla Torres (interpretada por Nathalie Poza, a única cara conhecida do grande público) é a líder desta unidade e operação, meticulosamente planeada, que contém agentes infiltrados, brigadas de intervenção e uma equipa de serviços secretos e comunicação que atravessa três continentes: África, Europa e Ásia. Esta unidade mantém um grande secretismo e um número reduzido de agentes no campo, enquanto atinge grandes feitos sob o manto do anonimato.
Do lado dos jihadistas, verificamos a falta de meios que, contudo, é contornada pela facilidade com que movimentam, transferem bens, materiais e pessoas entre si pelas cidades e comunicam eficazmente entre os seus diferentes postos, espalhados pelo globo. A organização, a juntar à sua motivação ideológica e espírito guerreiro, fazem deste grupo um perigoso adversário.
A frieza de Carla é vital no planeamento e execução de um raide a um dos principais locais de esconderijo dos jihadistas na Europa, contando com a perspicácia e capacidade de decisão de um dos seus principais agentes, Marcos (Michel Noer), para guiá-la a bom porto e conseguir um resultado inesperadamente positivo e muito festejado por toda a equipa, mas que poderá revelar-se um presente envenenado.
Contudo, existem relações pessoais dentro da própria unidade, que a juntar às consequências dos últimos raides, podem afetar o equilíbrio e levar a erros e problemas de liderança que ameaçam pôr em causa a subsistência da equipa, expondo o país e o governo espanhol a uma retaliação em força dos jihadistas.
O piloto de La Unidad tem alguns momentos de diálogo extremamente cativantes, sobretudo em interações de forças policiais com membros da organização terrorista; gostei particularmente do paralelo que a série faz entre os dois lados. A isso alia-se uma fotografia muito rica, sobretudo a nível de efeitos especiais. Contudo, o número de personagens e constante alteração de cidades, por vezes, torna a narrativa um pouco confusa.
A série estreou no passado dia 22 de março no nosso país e podes acompanhar os episódios no AXN Portugal.
Diogo Gouveia