Fate: The Winx Saga – 01×01 – To the Waters and the Wild
| 28 Jan, 2021

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[Não contém spoilers]

Ora bem, Wink Club eram uns desenhos animados transmitidos no canal Panda. Em pequena, era super mega fã. Eu e a minha irmã passámos muitas horas a ver as várias temporadas da série. Até há bem pouco tempo, ainda não tinha ouvido falar da adaptação da Netflix e quando vi o trailer pensei: “Das duas uma, ou vou adorar ou detestar a série”. Por isso decidi fazer a review do episódio piloto de Fate: The Winx Saga, To the Waters and the Wild.

Para mim, as séries de adolescentes na Netflix ou são muito boas ou péssimas. Temos o exemplo de Sex Education, que é capaz de ser das melhores séries do géneros que alguma vez vi. Depois há o desastre que é Riverdale e as suas histórias absurdas. Fate: The Winx Saga tinha a seu favor o facto de não haver muitas séries de fantasia de adolescentes a circular por aí. Chilling Adventures of Sabrina acabou em dezembro e abriu espaço para as Winx poderem brilhar sozinhas.

Não gosto nada de ser a má da fita, até porque li algumas críticas favoráveis (e se calhar a série melhora ao longo dos últimos cinco episódios), mas eu odiei este primeiro episódio de Fate: The Winx Saga. Foi uma profunda tortura assistir ao episódio completo. Se não tivesse de escrever esta review, tinha deixado aquilo a meio.

O facto de já não ser uma adolescente que devorava séries como The O.C., Gossip Girl One Tree Hill não quer dizer que já não aprecie uma boa série teen como guilty pleasure. Confesso que é um género que já não me atrai (regra geral não vejo, com a exceção de Sex Education), mas ainda consigo ser imparcial e ver uma série como se fosse eu com 16 ou 17 anos.

Comecemos pelos personagens. Pelo amor de Deus, como é possível 90% dos atores serem maus, mas maus que dói? Até dá a impressão que a Netflix fez de propósito para escolher o pior do pior que havia nos castings. A começar pela personagem principal, Bloom. Apeteceu-me dar-lhe várias chapadas ao longo dos 50 e tal minutos de episódio. Sim, percebemos logo que ela era uma sofrida, incompreendida pelos pais e pelos colegas da escola. Bloom basicamente agiu como se fosse melhor do que toda a gente. Stella, uma das colegas de apartamento (?) de Bloom, que era a minha personagem favorita nos desenhos animados, é a típica menina má (a sério que continuam a colocar as loiras como bullies?) e as atitudes dela foram uma idiotice pegada. Espero muito que melhore, rezo para tal! Sky é como na série original: lindo, loiro e ex-namorado de Stella. Do pouco que mostrou, parece ter zero personalidade. O seu amiguinho rebelde é igual.

Felizmente, ainda houve personagens que se aproveitaram, mas que apareceram tão pouco que até isso considerei como negativo. Aisha promete muito, mas passou o episódio inteiro “obcecada” com Bloom. Terra é adorável e adorei o facto de misturarem isso com o seu ar mais sombrio. Também gostei do facto de ela ser uma rapariga plus size, mas odiei terem usado o peso dela para fazer bullying. Por favor que não a tornem na “amiga gordinha” que depois tem uma mega transformação e toda a gente passa a gostar dela. Será que algum dia vamos ter algum personagem em séries de adolescente com um corpo que não seja de modelo e que isso não seja um dos focos da personagem? Uma pessoa pode sonhar! Também achei Musa e a sua capacidade de sentir as emoções dos outros muitíssimo interessante. No entanto, nenhuma destas personagens teve o destaque que merecia durante o episódio. Deram protagonismo a Bloom, Stella e Sky, que reúnem todos os clichês que estamos habituados a ver.

A história em si não mexeu muito comigo: fadas que vêm de todas as partes do universo para estudar em Alfea e uma ameaça antiga a matar pessoas fora dos limites da escola. Temos ali vibes de Stranger Things e do filme A Quiet Place no design das criaturas. Não há nada de novo, nada de excitante, nem nada que me mantivesse motivada a continuar. As séries não têm de inventar a roda, mas aqui é óbvio que os produtores se agarraram ao sucesso dos desenhos animados e nem se deram ao trabalho de melhorar nada. Aliás, ficou mil vezes pior. Para além do episódio aborrecido, ainda notei o whitewashing que fizeram das personagens Terra (a personagem original chamava-se Flora e tinha origem latina) e Musa (que supostamente era asiática).

E tu, o que achaste desta nova série? Achaste que foi bem fraquinha ou até te prendeu o suficiente para ver mais?

Maria Sofia Santos

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