A nova aposta da Amazon, El Cid, chegou no passado dia 18 de dezembro, sendo o primeiro original do serviço de streaming a ter guião proveniente de Espanha. El Cid é um drama histórico passado em Espanha, no século XI, que nos conta a história real de Rodrigo Díaz de Vivar (também conhecido como El Cid), um nobre e lendário herói de guerra da Espanha medieval.
Neste século XI, a Península Ibérica encontra-se divida em reinos, sendo os principais o de Leão e Castela, o de Aragão e o de Navarra. É em torno dos reis e dos seus reinos que a história se vai passar e onde Rodrigo (Jaime Lorente) nos vai mostrar como cresceu e o porquê de se ter tornado num dos maiores guerreiros que a Espanha já viu. Tudo isto acontece ao mesmo tempo que se notam claras influências de séries mais conhecidas como Game of Thrones e Vikings, por exemplo.
A série começa então com uma pequena história sobre os reinos que referi em cima e em como eles permanecem divididos entre três irmãos que ocupam os seus tronos. O narrador fala-nos então sobre El Cid, que usa a espada do pai (morto em guerra) para combater e vencer em guerras fratricidas. No fim deste resumo, somos então levados através do tempo para o instante em que a história de Rodrigo começa.
Neste primeiro episódio, pelo menos, a produção fez um trabalho deveras fantástico e cada cena aparece-nos nítida e vibrante. Cada campo de batalha tem detalhes bastante curiosos e agradáveis à vista, desde os figurinos até ao ambiente amplo e colorido. Os interiores bastante detalhados e harmoniosos também saltam à vista. Todos os atores estiveram também ao nível esperado (mesmo sendo estranho ver Jaime numa personagem mais séria e diferente do habitual). Tudo isto ajuda assim a entrarmos na Espanha do século XI.
Na maior parte desta hora e pouco de episódio, El Cid promete ser um drama histórico cativante e curto (apenas cinco episódios, para já), mas será que vai ser simples e irá direto ao assunto? Tenho as minhas dúvidas. Sinto que se perdeu muito tempo com personagens, conspirações, esquemas políticos, entre outros assuntos, e nada de grande valor realmente aconteceu. No entanto, acredito que isto mude nos próximos episódios e que possamos realmente ver mais ação, mais ritmo e uma trama a adensar-se.
No final destes 70 minutos, pelo menos há certamente mais compreensão sobre quem são estes personagens, como todos eles se encaixam no grande esquema das coisas e que grandes coisas daqui podem surgir. Veremos o que a série fará agora com toda esta teia de personagens que nela vagueiam.
Filipe Tavares