[Não contém spoilers]
Os canais TVCine vão estrear amanhã, dia 19 de novembro, a série que arrebatou mil prémios na edição de 2020 dos Emmy. Schitt’s Creek é uma série canadiana, que começou em 2015 e terminou em abril deste ano. Ao todo são seis temporadas com 13/14 episódios cada uma. Nós vimos os dois primeiros episódios de Schitt’s Creek, Our Cup Runneth Over e The Drip e temos uma review fresquinha para vocês antes de mergulharem nesta série!
Ora bem, a família Rose cai em desgraça quando o seu gestor lhes rouba a fortuna. A família estava nos negócios de lojas de vídeo e é composta por Johnny (Eugene Levy), Moira (Catherine O’Hare), uma ex-atriz de telenovelas, e os filhos, Alexis (Annie Murphy) e David (Dan Levy).
A primeira coisa que me apercebi ao ver os episódios de Schitt’s Creek (Our Cup Runneth Over e The Drip) foi que os atores escolhidos para o elenco, especialmente o principal, são soberbos.
Conhecemos Eugene Levy da popular saga American Pie, e aqui temos o ator (que também é o criador da série) num registo não muito diferente. Ele continua a ser a voz da razão, quem se mantém calmo e racional. No meio da loucura da família, Johnny é o único que continua mais ou menos equilibrado e tenta orientar a família.
Catherine O’Hara é uma atriz bastante conceituada e com um currículo vasto e vários prémios ao longo da sua carreira. Ela é Moira, a matriarca da família, e uma mulher, no mínimo, excêntrica. Já tinha lido em artigos que o seu estilo era um ponto alto da série e entende-se porquê. As roupas dela são extravagantes, ainda que, ao mesmo tempo, não descurem na elegância. A atriz faz um trabalho excelente na sua personagem, uma mulher que se vê perdida ao ficar pobre e sem perspetivas de voltar a ter o antigo estilo de vida.
Dan Levy e Annie Murphy eram praticamente desconhecidos do público mas eu fiquei imediatamente rendida aos manos David e Alexis. São os típicos meninos ricos e mimados que, mesmo que (suponho) já estejam na casa dos vintes ou mesmos trintas, continuam a tratar-se como se tivessem dez anos.
Portanto, a família fica sem um tostão mas não vão viver para debaixo da ponte, porque a família é proprietária de uma pequena cidade. Johnny comprou-a, em 1991, como piada no aniversário do filho. Ironicamente, a única salvação dos Rose é mudarem-se para Schitt’s Creek, onde poderão viver de graça.
Claro que uma família milionária e de snobs não aceita bem e tem bastantes dificuldades em adaptar-se à cidade. Para melhorar, todos os habitantes com quem se cruzam tratam-nos de maneira bem engraçada e aleatória, aceitando a sua presença e ignorando os seus caprichos.
Hoje em dia é difícil inventar a roda em termos de histórias, mas eu acho sempre que um bom elenco e uma história sólida são a chave do sucesso. E aqui temos um elenco fabuloso e uma premissa que tem muito por onde pegar. Estes dois primeiros episódios ainda são com a família em estado de processo de aceitação da nova realidade. Uma realidade dura para quem tinha uma vida tão privilegiada.
Recomendo muito a séria, não é aquela comédia óbvia, que vende gargalhadas durante 20 minutos. É um humor mais requintado e inteligente. Prevê-se uma grande série e até agora só posso concordar com as críticas que tenho lido.
Maria Sofia Santos