Woke – 01×01 – Rymes with Broke
| 13 Set, 2020

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[Pode conter vestígios de spoilers]

Criada pelo cartoonista Keith Knight e por Marshall ToddWoke é a nova sitcom da Hulu que conta a história de Keef Knight (Lamorne Morris). Com episódios de 30 minutos, a plataforma de streaming lança a série que promete dar a conhecer a realidade que se vive nos EUA e um pouco por todo o mundo.

Keef é um cartoonista de raça negra que criou um cartoon, Toast & Butter, que anda a fazer furor entre a população americana. Keef tem uma namorada e vive com dois colegas de quarto. Gosta de manter “as coisas leves”, sem querer assumir uma posição que possa ser controversa, tanto na sua vida pessoal como na sua vida profissional.

Durante um dia normal, Keef é apanhado de surpresa pela polícia, que o deteve com grande aparato na rua devido à sua raça depois de um assalto ter acontecido perto de onde Keef se encontrava. Os polícias foram agressivos,e Keef ficou traumatizado depois do acontecimento, o que fez com que começasse a ouvir objetos a falarem com ele e a chamarem a atenção para o que tem estado a “perder” e a não perceber.

Keef torna-se assim mais sensível ao racismo, às agressões de que costuma ser alvo diariamente; começa a ter outra perceção do que está a acontecer em seu redor e irá ter de perceber como manter o seu relacionamento e a sua carreira como um homem que acabou de “acordar”.

Woke é uma série que atualmente é necessária. Todos nós estamos cientes do que tem estado a acontecer um pouco por todo o mundo após polícias norte-americanos terem morto um homem de raça negra durante a sua detenção.

O racismo não é um problema de hoje, mas de sempre. É importante ter a noção dos acontecimentos, sem exageros nem violência, mas as atitudes devem ser tomadas para que o dito paradigma mude para melhor e todos possam dizer que em pleno século XXI ninguém é discriminado pelo seu tom de pele, pela sua sexualidade ou maneira de ser/estar na vida.

O piloto de Woke está bem conseguido, pois consegue passar um argumento inteligente, interessante e necessário. No entanto, peca por pôr objetos inanimados a falar com o protagonista: é rebuscado. Claro que acaba por ser o modo de Keef acordar para a vida e começar a ter perceção do mundo que o rodeia, mas, de qualquer das formas, poderia ter sido construído de outra maneira.

A série tem como objetivo tratar assuntos sérios e, de alguma forma, “pesados” num tom cómico e leve, mas que acaba por roçar um pouco o ridículo. De qualquer forma, é um episódio que merece ser visto e uma série que deve continuar pelo tema central que apresenta.

Margarida Rodrigues Pinhal

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