“What kind of compromise goes into connecting with another human being? Is it meeting in the middle? Or going all the way to the end of the line?”
Foi no passado dia 25 de junho que The Twilight Zone (ou, em português, A Quinta Dimensão) regressou aos ecrãs americanos com a sua 2.ª temporada. Compreendida por dez novos episódios, a série de Simon Kinberg, Jordan Peele (que, aliás, narra parte dos episódios) e Marco Ramirez trata-se de um revival da obra homónima de Rod Sterling, que esteve no ar durante as décadas de 50 e 60. A sua 1.ª temporada viu a estreia em abril de 2019.
The Twilight Zone trata-se de uma série de antologia, com cada um dos seus episódios a apresentar um diferente conjunto de personagens, cenários e narrativas. Neste primeiro capítulo, intitulado Meet in the Middle, seguimos a história de Phil Hayes (Jimmi Simpson), um solteiro solitário que cria uma conexão telepática com Annie Mitchell (Gillian Jacobs), uma estranha. Como se a ideia não fosse estranha o suficiente, os dois iniciam uma relação amorosa, mas nem tudo é aquilo que aparenta ser.
Meet in the Middle aparece como um episódio desconfortável, algo claustrofóbico e, ainda, bastante previsível – excetuando, talvez, o seu final. É, certamente, bastante peculiar, relembrando um pouco a sensação de ver um episódio de Black Mirror (e faço esta comparação admitindo, com alguma vergonha, que este é o primeiro episódio que vejo da série).
Em termos técnicos, não tenho quaisquer falhas a apontar: o episódio apresenta uma gradação de cor fria, que lhe confere um sentido de estranheza e desconforto. Os planos usados interagem de forma a criar essas mesmas sensações, e Jimmi desempenha de forma agradável o seu papel enquanto Phil, dançando na ténue linha entre uma patologia mental e o simplesmente bizarro.
Ainda que não tenha achado este primeiro episódio fenomenal, tendo-me sentido demasiado desconfortável para o apreciar, aconselho, como é costume, a sua visualização. Tratando-se de uma série de antologia, certamente existirão episódios que serão de maior interesse para cada indivíduo, dependendo, é claro, da narrativa a abordar.
Inês Salvado