[Não contém spoilers]
The Luminaries é uma série neozelandesa, mas que conta com alguns nomes mais conhecidos nossos, como por exemplo Eva Green num dos papéis principais. O enredo da história passa-se no ano de 1860 no período onde havia a febre da caça ao ouro. Escolhi fazer esta review por uma razão, perdoem-me o palavreado, muito estúpida para escrever sobre uma série. Foi pela semelhança com o nome da banda Lumineers. Mas ao contrário da beleza simples que estes últimos nos apresentam a série apresenta-nos um piloto desnecessariamente complicado. Na minha opinião um dos principais objetivos de um bom piloto é dar a conhecer o enredo, algo onde The Luminaires falha redondamente.
Começando pelo cenário, este está atraente, é um cenário de época, bem construído, desde os bares às casas e ruas. É uma viagem visual aos 1800’s. Só peca às vezes por um bocadinho demais, a casa de Lydia Wells (Eva Green) parece quase tirada daquele filme Atlantis. A nível de banda sonora esta não se faz notar e não se destaca, nem por ser desadequada nem por ser extraordinária.
Quanto às personagens, a série até cria personagens interessantes e misteriosas, por exemplo a prostituta que estava presa, Crosby e Lydia, Francis Carter. Tudo personagens bem construídas e que nos deixam a querer saber mais. O problema está em repetirem a mesma fórmula até ficar demasiado misterioso e passar para a esfera do confuso. Imaginem Taboo mas em vez de termos só um Tom Hardy tínhamos mais 5 personagens iguais. A certa altura iríamos perder o interesse. Lydia Wells quase parece uma personagem que saiu de um filme de Tim Burton e veio dar um saltinho a esta produção, mas também foi a que me deixou mais intrigado e curioso com ela.
O pior desta série está mesmo no enredo, a caracterização está bem feita mas acabamos o primeiro episódio sem uma ideia do que se está a passar. Temos um homem que ninguém sabe bem quem é, Crosby, temos o plot do Francis com Emery que também se torna estranho rapidamente. Estão dois homens sentados a falar sobre terem sido deixados pendurados pelos respetivos encontros. Um acabou de acontecer, outro refere-se ao passado, quando aparece um asiático (que na altura eram bastante discriminados na Nova Zelândia) a tentar encontrar Francis e parecendo bastante chateado. A única coisa que se percebe é que está tudo relacionado com a caça ao ouro, e vão falando sobre isso durante o episódio. Pessoalmente preferia que tivessem focado uma linha de ação neste episódio e apenas introduzido de forma mais superficial as restantes personagens.
Caso comece a ouvir falar muito bem sobre esta série daqui a uns tempos, sou capaz de dar uma nova oportunidade, porque houve realmente pormenores muito bem construídos e com um cenário muito interessante, mas por agora não irá parar às minhas listas. Vejo o potencial mas não fiquei agarrado.
E vocês o que acharam?
Raul Araújo