Pode conter spoilers]
Chichipatos, ou Juanquini: Um Mágico Banal, é uma série de comédia colombiana criada por Dago García para a Netflix.
Provavelmente foi das primeiras séries com origem na Colômbia que eu vi. Assisti ao episódio piloto durante o fim de semana e deu-me a sensação de ser uma boa série de família, mas não contem com um grande argumento ou algo que seja uma verdadeira novidade. No meio de tantas ofertas e tantas escolhas é complicado que se destaque algo deste género (eu poderia colocar este tipo de oferta nas manhãs da SIC ou na programação da SIC K, por exemplo).
A série apresenta-nos Juanquini, um mágico desastrado e desajeitado que atua em festas infantis, mas já não consegue conquistar o público, no caso as crianças, e até a sua família começa a duvidar das suas capacidades. Se a esposa, Margot, até o apoia e acredita nele, o mesmo não se pode dizer de Samuel, o filho que é cantautor com letras deprimentes devido a um final de namoro mal resolvido. Imaginem crianças a ouvir músicas de cortar os pulsos depois de um já fraco espetáculo de magia! A outra filha, Mónica, que acompanha o pai como ajudante nas apresentações de magia, também tem dúvidas que o futuro da família esteja nos espetáculos de magia e até tem os seus planos para ficarem milionários: venderem esponjas vegetais.
Tudo fica ainda pior quando o mágico é contratado para a festa de um criminoso e consegue (?) fazer com que o homem desapareça, mas não o conseguindo fazer regressar, tornando-se o principal suspeito do desaparecimento do criminoso aos olhos da polícia.
Esta é uma premissa engraçada e o episódio tem um bom ritmo e muita cor (gostei da fotografia do episódio), mas, como eu disse antes, parece-me uma boa opção para uma série vista em família. Apesar de tudo parece que teria potencial para mais. Nas interpretações o destaque vai para Antonio Sanint como Juanquini e para os mais novos, Julián Cerati pode não ser desconhecido devido à sua prestação na série O11ce, que está a ser transmitida na SIC K. Porém, mais ninguém dos presentes consegue chegar ao mesmo patamar de Antonio Sanint, pelo menos neste episódio piloto.
Há partes engraçadas no episódio como a prestação do mágico perante uma plateia cheia de criminosos, mas a duração dos episódios, se se mantiverem nos cerca de quarenta minutos, parece-me um pouco exagerada. A banda sonora é composta, sobretudo, por músicas latinas e se acabarem o episódio a cantarem wepaje eu consigo perceber (e vocês também, se virem o episódio).
Resumindo, Chichipatos trata-se de uma comédia ligeira com muitas situações disparatadas para ver em família com sete episódios disponíveis na Netflix para a 1.ª temporada, não se sabendo ainda se haverá uma segunda. Esperemos que exista um desfecho para a história no sétimo episódio mesmo que deixem alguma porta aberta para uma próxima temporada.
Bruno Pereira