Vamos falar então desta nova série do canal Syfy, Spides. Foi escrita por Rainer Matsutani, Eckhard Vollmar, Peter Hume, Carola Lowitz e Mark Wachholz, produzida pela Katapult Filmproduktion e Red Sun Films em cooperação com a Palatin Media. Os seus oito episódios foram produzidos em Berlim e filmados em apenas 60 dias, dentro e fora da capital alemã, entre meados de novembro de 2018 e meados de fevereiro de 2019.
Esta nova aposta alemã, mas falada em inglês, centra-se em Nora (Rosabell Laurenti Sellers), uma jovem que acorda do coma sem qualquer memória da sua vida anterior depois de consumir uma nova droga misteriosa chamada blis. Mas prevê-se que Nora não seja a única nesta situação. Numa tentativa de perceber o que lhe aconteceu, acaba por deparar-se com uma situação fora da normalidade do nosso mundo, uma conspiração alienígena. O que irá acontecer?
Depois de ver este piloto ainda não sei a resposta a esta questão, mas também já estava à espera que assim fosse. Aliás, fico contente que tenha sido assim, porque quer dizer que a teia toda que se vai desenvolver em torno destas vidas não é assim nem tão rápida de tecer nem tão simples de entender para ficar contada e com destino fácil de prever num único episódio de 40 minutos.
Posso também garantir, com justiça, que houve uma história agradavelmente surreal, algumas surpresas desagradáveis e algumas boas voltas e reviravoltas, tudo razoavelmente interessante, mas sem surpreender muito. Foi um tempo que não me arrependo de ter gasto ao ver esta série, principalmente pelo facto de ser diferente do que estou habituado a ver e apesar de meter aliens ao barulho não me pareceu ser uma coisa forçada. Por outro lado, acho que também não foi algo que me deixou feliz ou entretido o suficiente para ficar agarrado ao episódio, fui parando algumas vezes e intercalando com outras coisas que estava a fazer.
Em relação aos personagens, achei a sua atuação bastante equilibrada – ninguém se destacou, mas também ninguém foi menos do que profissional – e gostei do visual.
Para finalizar, parece-me estar aqui um típico policial (daqueles em que o nível de ação não é muito e as coisas desenrolam-se a um ritmo lento e com muitos tempos mortos) em que se tenta descobrir o culpado desta nova droga com ficção científica pelo meio. Uma mistura engraçada, mas que não sei se terá o sucesso pretendido; pelo menos a mim não me impressionou muito. Irei ver os próximos episódios só para ver o que sai daqui e porque a história pareceu ser deep o suficiente para me interessar, esperando ao mesmo tempo estar redondamente enganado nesta previsão (desculpem-me ou agradeçam-me, conforme for).
Filipe Tavares